O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao afirmar nessa terça-feira (8) que está descontente com o comportamento do líder russo, sobretudo devido à alta de mortes provocadas pela guerra na Ucrânia. Trump também revelou que está avaliando com “muita seriedade” a possibilidade de impor novas sanções contra Moscou.
“Não estamos felizes com isso. Não estou feliz com Putin. Posso dizer isso agora, porque ele está matando muita gente, e muitas delas são seus soldados, principalmente os soldados dele”, afirmou Trump durante uma reunião com membros do gabinete, na Casa Branca.
Além da crítica pública, o presidente norte-americano autorizou o envio de mais armamentos defensivos para a Ucrânia, retomando o apoio militar que havia sido suspenso. A decisão foi confirmada pelo Pentágono após um jantar com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, no qual Trump declarou sua intenção de reforçar a ajuda a Kiev.
Segundo o republicano, Putin costuma “agir de forma amistosa”, mas isso não muda o cenário. “Nós recebemos muita besteira do Putin, se você quer saber a verdade. Ele é muito legal o tempo todo, mas no fim das contas não tem importância”, declarou.
A fala mais dura de Trump ocorre num momento em que Rússia e Ucrânia voltaram a se reunir pessoalmente neste ano, embora ainda sem avanços relevantes em relação a um acordo de paz. Até agora, as conversas têm resultado apenas em trocas de prisioneiros de guerra.
Essa, no entanto, não foi a primeira vez que Trump expressou frustração com o chefe do Kremlin. Em maio deste ano, após um bombardeio russo de grande escala contra a Ucrânia — o maior desde o início da invasão em 2022 —, Trump já havia dito: “Não sei o que há de errado com ele. O que diabos aconteceu com ele? Ele está matando muita gente. Não estou feliz com isso”.
Além das críticas mais recentes, uma gravação inédita obtida pela CNN revelou que, em 2024, Trump chegou a ameaçar diretamente Putin, caso houvesse uma invasão da Ucrânia.
O áudio foi captado durante um evento fechado com doadores e integra o acervo de entrevistas dos jornalistas Josh Dawsey, Tyler Pager e Isaac Arnsdorf, autores do livro 2024, que aborda os bastidores da campanha republicana.
Na conversa, Trump teria dito ao presidente russo: “Se você entrar na Ucrânia, eu vou bombardear a p**** de Moscou. Estou te dizendo, não tenho escolha.” Ainda segundo a gravação, Putin respondeu com ceticismo, mas Trump acredita que o russo “acreditava em 10%”.
Durante o mesmo evento, o presidente americano relatou uma atitude semelhante diante de Xi Jinping, presidente da China, sobre possíveis avanços contra Taiwan. “Ele achou que eu era maluco”, disse Trump, afirmando que isso ajudou a evitar confrontos diretos com Pequim.
As declarações integram a narrativa construída por Trump de que, se estivesse à frente da Casa Branca antes, teria evitado os atuais conflitos tanto na Ucrânia quanto no Oriente Médio, especialmente na Faixa de Gaza. A equipe de campanha de Trump não comentou oficialmente o conteúdo das gravações. (Foto: reprodução; Fontes: CNN; Terra)
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