O tradicional caminho universitário rumo ao sucesso profissional está sendo cada vez mais colocado em xeque — não apenas pelos jovens da geração Z, sobrecarregados com dívidas estudantis, mas também por executivos de alto escalão. Um exemplo é Bill Winters, CEO do banco Standard Chartered, que declarou em entrevista à Bloomberg que seu prestigiado MBA na Wharton Business School foi, na prática, inútil.
“Estudei relações internacionais e história. Depois fiz um MBA, mas foi uma perda de tempo”, afirmou o executivo. E acrescentou, com ironia e franqueza: “Aprendi a pensar na universidade, mas nos 40 anos desde então, essas habilidades se degradaram, se degradaram, se degradaram.”
Apesar de carregar no currículo diplomas da Colgate University e da Universidade da Pensilvânia, Winters reforçou que uma formação acadêmica de alto nível não é sinônimo de competência no ambiente profissional.
Em sua visão, a transformação provocada pela inteligência artificial contribuiu para a perda de valor de muitas habilidades técnicas que antes garantiam destaque no mercado de trabalho.
Agora que ferramentas automatizadas conseguem redigir documentos, criar apresentações e programar códigos, carreiras baseadas exclusivamente em competências técnicas — como a engenharia de software — começam a perder espaço.
Nesse cenário, o CEO argumenta que características humanas como curiosidade, boa comunicação e pensamento crítico são cada vez mais essenciais para liderar e colaborar com eficiência — e, segundo ele, essas qualidades não dependem de um diploma universitário para serem desenvolvidas.
A fala de Winters ecoa o sentimento de uma geração que passou a reavaliar o custo-benefício da faculdade. Pesquisas indicam que mais da metade dos jovens da geração Z acredita que a universidade não vale o investimento — um reflexo direto das dívidas estudantis crescentes, da falta de garantias profissionais e das novas demandas do mercado de trabalho.
O debate sobre o papel da educação superior no mundo atual está longe de terminar, mas com declarações como a de Winters — vindo de alguém no topo do setor financeiro — a discussão ganha novos contornos e desafia a visão tradicional de sucesso. (Foto: PixaBay; Fonte: Estadão)
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