O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou voto favorável à condenação do engenheiro Pedro Luís Kurunczi a 17 anos de prisão, por seu papel no financiamento dos atos de ‘8 de janeiro’ de 2023.
Kurunczi, apontado como responsável por custear o deslocamento de manifestantes até a capital federal, é o primeiro acusado a ser julgado pela Corte por esse tipo de acusação.
Segundo as investigações, Kurunczi desembolsou R$ 59.200 para fretar quatro ônibus que transportaram 153 pessoas de Londrina (PR) até Brasília. Em sua manifestação, Moraes apontou que o réu “financiou e proveu auxílio moral e material a uma turba violenta e antidemocrática que tentou depor, por meio de violência e grave ameaça, o governo legitimamente constituído”.
O ministro propôs a condenação de Kurunczi por cinco crimes: ‘tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado, depredação de patrimônio tombado e participação em organização criminosa armada’.
O voto ainda aponta o engenheiro como figura central na articulação dos atos. Moraes o classificou como “líder organizador do movimento golpista”, acrescentando que ele também atuou como “propagandista ativo da ideologia antidemocrática e coordenador logístico de estrutura permanente de mobilização”.
O engenheiro teria participado de acampamento em frente ao tiro de guerra de Londrina após o segundo turno das eleições de 2022.
Uma das provas citadas são mensagens trocadas por Kurunczi na véspera do 8 de Janeiro. Em uma delas, ele afirma que os manifestantes estavam “esperando a hora de invadir Congresso”, segundo a investigação.
A defesa nega as acusações e aponta que o engenheiro apenas frequentava os protestos no quartel da cidade e que aceitou cotar preços de ônibus a pedido de outros manifestantes.
No entanto, para Moraes, “o acervo probatório demonstra, portanto, de forma cristalina e irrefutável, a participação central e determinante de Pedro Luís Kurunczi como financiador, organizador e líder dos atos atentatórios à ordem democrática de 8 de janeiro de 2023”.
O julgamento ocorre em plenário virtual e os demais ministros têm até o fim do recesso do Judiciário, em agosto, para registrarem seus votos. (Foto: STF; Fonte: UOL)
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