PIB da Argentina dispara no 1º trimestre

direitaonline

Com uma agenda econômica marcada por cortes drásticos de gastos públicos, desburocratização e um discurso liberal contundente, o presidente Javier Milei começa a colher os primeiros frutos de sua política de choque.

Desde que assumiu a Casa Rosada, o libertário tem apostado em medidas duras para reverter anos de desequilíbrio fiscal e intervencionismo estatal.

A reação inicial de diversos setores foi de ceticismo, mas os indicadores começam a apontar em outra direção: a economia argentina, após meses de turbulência, voltou a crescer. Um dos primeiros sinais concretos dessa retomada veio com os dados do primeiro trimestre de 2025.

A economia argentina apresentou avanço de 5,8% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano passado, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (23) pelo Indec, o instituto de estatísticas do país. Em relação ao último trimestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,8%, sinalizando desaceleração frente à alta de 2,1% registrada no fim do ano anterior.

Segundo o Indec, o resultado anual foi impulsionado principalmente por uma elevação de 11,6% no consumo das famílias, 31,8% na formação bruta de capital fixo — indicador ligado a investimentos em infraestrutura, máquinas e equipamentos — e 7,2% nas exportações. O crescimento na FBCF foi puxado por aportes nos setores de construção civil, transporte e bens de capital.

Por outro lado, as importações cresceram expressivos 42,8% no comparativo anual, o que impactou negativamente o saldo da balança comercial, enquanto o consumo do setor público caiu 0,8%. No recorte trimestral, o consumo das famílias avançou 2,9% e os investimentos subiram 9,8%, mas houve retração de 1,5% nas exportações, além de uma alta de 17,7% nas importações e leve queda de 0,1% no consumo governamental.

Acordo com o Brasil
Paralelamente à divulgação dos dados econômicos, o governo brasileiro publicou no Diário Oficial da União de terça-feira (17) um decreto que amplia o acordo automotivo bilateral com a Argentina. O novo protocolo, firmado em 29 de abril, atualiza e flexibiliza as condições de comércio para ônibus, vans e caminhões de até 5 toneladas entre os dois países.

Entre as mudanças, destaca-se a retomada da isenção tarifária para a importação de autopeças que não são produzidas localmente. Em troca, as empresas que se beneficiarem da medida deverão investir 2% do valor importado em projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico ou programas estratégicos da indústria automotiva.

O decreto brasileiro incorpora à legislação nacional o 46º Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 14, que rege as relações comerciais do setor entre Brasil e Argentina desde 1990.

Esse novo protocolo também atualiza a classificação dos produtos e aprimora os critérios de regras de origem — que servem para comprovar que os itens são, de fato, produzidos em território brasileiro ou argentino.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o setor automotivo brasileiro é o 8º maior do mundo em volume de produção e responde por mais de 1 milhão de empregos diretos e indiretos. Em 2024, o segmento registrou alta de 14,1% nas vendas no país.

O novo acordo promete reforçar a integração comercial entre os vizinhos sul-americanos e fomentar a competitividade regional da indústria automotiva, ao mesmo tempo em que acompanha o cenário de recuperação econômica observado nos primeiros meses do ano. (Foto: reprodução redes sociais; Fonte: CNN)

E mais:
Apoie nosso trabalho!

Iêmen anuncia entrada em guerra ao lado do Irã contra EUA e Israel

Nasa divulga imagem de satélite da Serra de Caldas Novas, em Goiás

Turista danifica pintura do século 17 em museu da Itália ao posar para foto

 

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Trump anuncia cessar-fogo

Em mais um capítulo decisivo da recente escalada militar no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (23) que Israel e Irã chegaram a um acordo para um cessar-fogo total. Segundo ele, o conflito — que durou quase duas semanas — está próximo do fim […]