As cotações do petróleo iniciaram a semana em alta diante do aumento das tensões no Oriente Médio. Nesta segunda-feira (23), os preços da commodity subiram cerca de 2%, refletindo o temor de que o Irã bloqueie o Estreito de Ormuz — passagem essencial para o comércio global de petróleo e gás natural liquefeito.
No domingo, o Parlamento iraniano aprovou um projeto que prevê o fechamento da rota marítima como resposta aos bombardeios norte-americanos realizados no sábado (21), que atingiram três instalações nucleares no país persa.
Embora a medida ainda dependa da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, a simples possibilidade já impacta os mercados globais.
No início da manhã desta segunda, por volta das 4h50 (horário de Brasília), o barril do tipo Brent, referência internacional, era negociado com alta de 0,44%, a US$ 75,81. Já o WTI, parâmetro usado nos Estados Unidos, avançava 0,37%, chegando a US$ 74,11.
O Estreito de Ormuz é uma das rotas marítimas mais estratégicas do planeta. Ele conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e ao Mar da Arábia, sendo essencial para o escoamento da produção petrolífera dos grandes exportadores da região, como Irã, Iraque, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Estima-se que cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo passe diariamente por essa estreita faixa de mar.
Além do petróleo, aproximadamente 20% do comércio global de gás natural liquefeito (GNL) também depende da passagem por Ormuz, o que amplia a importância estratégica da via. Qualquer interrupção no tráfego marítimo ali pode afetar drasticamente a oferta energética mundial e provocar instabilidade em mercados de energia e combustíveis.
O banco JPMorgan também prevê um cenário crítico. Em análises anteriores sobre a região, especialistas da instituição indicaram que um fechamento efetivo de Ormuz ou represálias por parte de outros grandes produtores poderiam elevar as cotações para entre US$ 120 e US$ 130 por barril.
A decisão do Parlamento iraniano surge após os ataques norte-americanos às instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan. O presidente Donald Trump afirmou que os bombardeios foram “de alta precisão” e tinham como objetivo conter o que chamou de ameaça nuclear e terrorista do Irã. “Ou haverá paz ou haverá tragédia para o Irã”, declarou. “Se a paz não vier rápido, nós vamos continuar atacando com precisão e habilidade.”
A escalada do conflito ganhou força após uma semana de intensos confrontos entre Israel e Irã, que incluiu trocas de mísseis e bombardeios em cidades como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Agora, com a entrada direta dos Estados Unidos no conflito, a instabilidade aumenta, e o mercado internacional acompanha com atenção os desdobramentos que podem comprometer o equilíbrio energético mundial. (Foto: PixaBay; Fonte: G1)
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