A Marelli, uma das maiores fornecedoras de autopeças do mundo, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, recorrendo ao chamado Chapter 11, mecanismo jurídico usado para reestruturação de empresas em dificuldades financeiras.
A medida foi registrada no estado de Delaware e ocorre em meio a intensas negociações com credores e disputas entre grandes fundos, como o KKR, e grupos especializados em dívidas de risco.
A decisão veio após meses de incerteza sobre o futuro da companhia, que acumula bilhões em dívidas e tenta se reorganizar com apoio de investidores.
O fundo de hedge Strategic Value Partners (SVP) lidera o grupo de credores que ofereceu um financiamento emergencial de US$ 1,1 bilhão (equivalente a R$ 6,1 bilhões). Com isso, a SVP surge como principal candidata a assumir o controle da empresa ao fim do processo, caso nenhuma proposta superior apareça em até 45 dias.
Criada em 2019 após a fusão entre a japonesa Calsonic Kansei e a italiana Magneti Marelli — divisão de autopeças que pertencia à Fiat Chrysler — a empresa foi formada com apoio financeiro do fundo americano KKR. A fusão envolveu mais de US$ 7 bilhões em dívidas, das quais cerca de US$ 2 bilhões já haviam sido canceladas anteriormente durante uma reestruturação no Japão em 2022.
“Após uma análise cuidadosa das alternativas estratégicas da empresa, determinamos que entrar no processo do Capítulo 11 é o melhor caminho para fortalecer o balanço da Marelli, convertendo dívida em capital próprio, enquanto garantimos que continuemos operando normalmente”, declarou o CEO David Slump.
Além do fundo SVP, outros credores influentes — como o Deutsche Bank, Fortress, a sul-coreana MBK e até o grupo indiano Samvardhana Motherson — estão envolvidos nas discussões e podem disputar o controle do grupo.
Parte das negociações gira em torno da prioridade no recebimento de dívidas antigas e novas, o que tem gerado tensão entre as partes.
A crise da Marelli representa um dos episódios mais turbulentos do setor de private equity no Japão, colocando em xeque a atuação do fundo KKR, que tenta vender o negócio.
A judicialização do processo nos EUA e a presença de tantos interesses internacionais transformaram o caso num embate complexo e inédito, segundo advogados e executivos envolvidos nas negociações. (Foto: site oficial; Fonte: Folha de SP)
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