Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou nesta sexta-feira (14) que a Meta, empresa responsável pelo Instagram, repasse em até 24 horas os dados cadastrais de uma conta suspeita de ter sido usada para publicar mensagens críticas à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.
A solicitação partiu da própria defesa do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que nega qualquer ligação com o perfil identificado como @gabrielar702 e argumenta que o conteúdo divulgado seria parte de uma campanha de desinformação.
Durante o interrogatório de Cid na última segunda-feira (10), o advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, questionou se o militar utilizou esse perfil para comentar sobre o acordo de colaboração.
Cid respondeu negativamente e disse não ter usado tal canal para tratar do tema. Em tom hesitante, porém, admitiu: “Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa, mas Gabriela é o nome da minha esposa”.
Na decisão, Moraes solicitou à empresa os seguintes dados:
– E-mail e número de telefone associados ao perfil;
– Históricos de login, incluindo possíveis acessos por navegadores em notebooks e computadores;
– Todas as mensagens trocadas entre 1º de maio de 2023 e 13 de junho de 2025.
Segundo reportagem da revista Veja, as mensagens atribuídas ao perfil teriam sido enviadas entre janeiro e março deste ano e trocadas com uma pessoa próxima ao ex-presidente Bolsonaro. Nas conversas, o suposto autor faz críticas à atuação da Polícia Federal e ao próprio Moraes.
Entre os trechos publicados, o usuário afirma: “Ele já deve ter pronto a ordem de prisão do PR (presidente Bolsonaro). Não precisa de prova. Só de narrativas”. Em outra parte, comenta: “Várias vezes eles queriam colocar palavras na minha boca… E eu pedia para trocar. Foram três dias seguidos. Um deles foi naquela grande depoimento sobre as joias. Acho que foram 5 anexos”.
Essas falas se assemelham a áudios vazados em março de 2024, que resultaram na nova prisão de Cid por violar as regras de sigilo impostas em seu acordo de delação.
Os advogados de Cid alegam que o conteúdo veiculado pela Veja não é autêntico. “Basta uma leitura leiga, e até simplista, que pode ser comparada com todas as mensagens extraídas de seu celular que estão colacionadas na ação penal a que responde, para se perceber que as expressões utilizadas por quem as escreveu não são de autoria de Mauro Cid”, diz a petição.
A defesa também chama atenção para erros gramaticais e linguagem incompatível com o perfil do tenente-coronel: “Destaca-se a forma grosseira, quase analfabeta, com que foram construídos os diálogos e que jamais poderiam ser de autoria de Mauro Cid, tratando-se de mais uma miserável fake news que é tão combatidas por esse Supremo Tribunal”. (Foto: STF; Fonte: O Globo)
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