XP estima rombo nas contas federais em 2026 e reforça urgência de ajuste fiscal

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O cumprimento da meta de resultado primário do governo federal em 2025 dependerá diretamente da continuidade do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou da implementação de medidas com capacidade equivalente de arrecadação.

A análise é da XP, em relatório divulgado nesta quinta-feira (5), que também alerta para a necessidade de correções estruturais nas contas públicas diante do cenário mais apertado previsto para 2026. A reportagem é do InfoMoney.

Segundo o documento, “o governo deve cumprir a meta de resultado primário em 2025 (e ficar mais próximo do objetivo em 2026)” caso a majoração do IOF seja mantida. A corretora projeta um déficit primário de R$ 69 bilhões para o próximo ano, equivalente a 0,5% do PIB. No entanto, ao considerar os ajustes permitidos para o cumprimento da meta, o resultado cai para R$ 23,7 bilhões — valor pouco acima do limite inferior da meta fiscal, que é de R$ 31 bilhões negativos.

Já para 2026, a XP estima que, mesmo com a permanência do IOF elevado, o déficit ajustado pode chegar a R$ 35,2 bilhões. Isso deixa o governo distante da meta de superávit de R$ 31,8 bilhões estipulada para aquele ano. Para atingi-la, seria necessário encontrar fontes adicionais de receita que somem R$ 67 bilhões.

Os principais obstáculos, segundo a corretora, estão no crescimento das despesas obrigatórias. Entre os fatores que devem pressionar o orçamento estão o aumento de gastos com benefícios previdenciários e assistenciais, a redução da fila do INSS, e programas ainda fora do orçamento, como o “Pé de Meia”. A XP também destaca a possibilidade de elevação nos custos do Bolsa Família e do Vale-Gás.

Na avaliação da corretora, “o episódio [do IOF] aumentou a percepção, entre os participantes do mercado, de que o atual arcabouço fiscal é insustentável, e que reformas mais profundas serão necessárias após as eleições do próximo ano”.

Entre as possíveis alternativas discutidas no mercado para reforçar a arrecadação estão a antecipação de dividendos do BNDES, mudanças nos critérios de cobrança de royalties do petróleo, corte parcial de renúncias fiscais, revisões no Fundeb, nas regras de investimentos mínimos em saúde e educação, e também a tributação de fintechs e ativos digitais como criptomoedas.

Apesar das preocupações fiscais, a XP revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB em 2025, passando de 2,3% para 2,5%, impulsionada especialmente pelo desempenho positivo da agropecuária e dos serviços no início do ano. Para 2026, a estimativa de expansão também subiu, de 1,5% para 1,7%.

Em relação à inflação, a casa espera que o IPCA feche 2025 em 5,5%, uma leve redução frente à previsão anterior de 5,7%, refletindo recuo nos preços de bens industriais e serviços.

A estimativa para 2026 permanece em 4,7%, ainda acima do limite da meta de inflação. Já a projeção da taxa Selic terminal foi elevada para 14,75% neste ano, e a XP não descarta uma nova alta de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom, caso o aumento do IOF seja revertido. E mais: Elon Musk perde R$ 150 bilhões em um dia após briga com Trump. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: InfoMoney)

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