O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, calcula que o volume de crédito consignado privado — modalidade destinada a trabalhadores do setor privado — pode alcançar a marca de R$ 100 bilhões até o fim de 2025 caso se mantenha o ritmo de liberações observado desde março. Ele lembrou que, em vinte anos, esse segmento acumulou apenas R$ 40 bilhões, sinal de que o produto ganhou tração nos últimos meses.
“O crédito do trabalhador começou no dia 21 de março. De lá para cá, nós já passamos a barreira dos R$ 12 bilhões. Se for nessa projeção, nós vamos chegar ao final do ano com algo em torno de R$ 100 bilhões concedidos por essa modalidade”, afirmou Vieira em coletiva nesta quinta-feira (5) ao comentar o balanço do banco.
Segundo o executivo, o consignado privado oferece taxas menores que as linhas tradicionais — como o parcelamento de cartão de crédito — e exigiu dos bancos uma fase de adaptação tecnológica. A Caixa operou inicialmente pelo sistema da Dataprev e, depois, desenvolveu sua própria plataforma de contratação.
“Há um elemento novo, que a gente não consegue aferir ainda, de entrantes nesse crédito. Então, assim, você tende a aumentar essa base de crédito, porque você tem entrantes que, muitas vezes, não tinham nem acesso à capacidade de tomar esse crédito”, explicou.
Vieira observou que, na Caixa, a maioria dos contratos tem sido utilizada para novas operações de financiamento, e não para trocar dívidas caras. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que, considerando todo o sistema financeiro, a maior parte ainda serve para substituição de empréstimos mais onerosos.
O presidente da Caixa enxerga a expansão do consignado privado como oportunidade de elevar a competição e reduzir os juros médios cobrados no país:
“É um momento concorrencial extremamente importante para que a gente trabalhe o conceito de taxa e a disponibilidade de crédito. A Caixa tem a taxa menor do mercado, de 2,5% em média, mas nós chegamos a praticar abaixo de 1,7%, dependendo do rating”, disse.
A perspectiva de crescimento é compartilhada por grandes bancos privados, como Itaú e Bradesco, que veem “alavancagem maior” ao longo do ano. E mais: CNJ solicita à AGU que atue para cancelar salário de juiz Marcelo Bretas. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: Exame)