Em um momento de crescente pressão internacional, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez declarações contundentes neste domingo, 23 de fevereiro, durante uma entrevista coletiva.
Confrontado com questões sobre seu futuro político e o destino de seu país em meio à guerra, ele expressou abertura para soluções drásticas que possam trazer estabilidade à nação.
Suas palavras vieram em resposta às provocações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que recentemente chamou Zelensky de “ditador” e insistiu na realização de eleições na Ucrânia, apesar do conflito em curso.
As relações entre os dois líderes, antes marcadas por uma aliança tática, azedaram nas últimas semanas, enquanto Trump pressiona por acordos que envolvem os recursos naturais ucranianos.
Zelensky surpreendeu ao afirmar que está disposto a deixar o cargo se isso garantir paz ao povo ucraniano. “Se (isso significa) paz para a Ucrânia, se você realmente precisa que eu deixe meu posto, estou pronto”, declarou, visivelmente irritado, ao ser questionado sobre o tema. Ele foi além, sugerindo uma troca direta: “Posso trocar isso pela Otan (adesão), se essa condição estiver lá, imediatamente”. Clique AQUI para assistir.
A proposta, no entanto, esbarra na resistência de Trump, que se opõe à entrada da Ucrânia na aliança militar ocidental. Zelensky também rejeitou a ideia de eleições em tempos de guerra, posição respaldada por seus principais adversários políticos internos, e deixou claro que espera mais do líder americano do que uma mera intermediação com Moscou. “Eu realmente quero que seja mais do que apenas mediação… isso não é suficiente”, enfatizou.
O embate entre os dois presidentes ganhou contornos econômicos recentes. Trump tem pressionado por um acordo que garantiria ajuda americana em troca de minerais e outros recursos naturais da Ucrânia, uma proposta que Zelensky ainda reluta em aceitar.
Segundo a imprensa internacional, a mais recente oferta americana exigiria que Kiev pagasse US$ 500 bilhões aos EUA, usando receitas futuras desses recursos — um valor que o líder ucraniano disse não estar pronto para endossar. O jornal The New York Times ponderou que não está claro se as declarações de Zelensky sobre renunciar ou negociar com a Otan são uma estratégia séria ou uma reação às crescentes tensões com Washington e Moscou.
A situação reflete o delicado equilíbrio que Zelensky tenta manter: de um lado, a necessidade de apoio externo para resistir à guerra; de outro, a pressão de potências como os EUA, que buscam vantagens estratégicas. Enquanto Trump critica o prolongamento do mandato de Zelensky — que, oficialmente, terminaria em 2024, mas foi mantido devido ao estado de guerra —, o líder ucraniano insiste em uma parceria mais robusta com os americanos.
Suas propostas ousadas, como abrir mão do poder ou barganhar com a Otan, mostram um governante acuado, mas determinado a encontrar uma saída para o conflito que assola seu país, ainda que as chances de concretização permaneçam incertas diante das resistências externas e internas. E mais: Empresa de Trump e Rumble adotam medida ‘urgente’ hoje (23) contra Moraes. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Reuters)