Mario Jorge Lobo Zagallo, o ícone do futebol brasileiro que faleceu recentemente aos 92 anos, deixou um testamento que expôs descontentamentos e conflitos familiares. Zagallo acusou três dos seus quatro filhos de tentativa de extorsão e de buscar anular o inventário de sua falecida esposa, Alcina de Castro Zagallo, que morreu em 2012.
O ex-jogador e técnico de futebol expressou sua vontade de destinar metade de seus bens ao seu caçula, Mario Cesar de Castro Zagallo. O pedido para abertura e cumprimento do testamento foi protocolado em 9 de janeiro, apenas quatro dias após a morte do tetracampeão. No documento, Mario Zagallo nomeou Mario Cesar como inventariante e expressou estar “profundamente triste e magoado” com os outros três herdeiros.
Em conformidade com a legislação brasileira, metade dos bens de uma pessoa deve ser destinada obrigatoriamente aos herdeiros diretos, como filhos e esposa, enquanto a outra metade pode ser distribuída conforme a vontade do testador. No caso de Zagallo, ele optou por destinar a totalidade dos 50% para Mario Cesar. A outra metade foi dividida entre os quatro filhos, resultando em 12,5% da herança para cada um. Assim, Mario Cesar ficou com 62,5% dos bens, enquanto os irmãos receberam apenas 12,5%.
Os três irmãos de Mario Cesar acusaram o caçula de impedir visitas ao pai e assumir o controle das finanças de Zagallo. O patrimônio, estimado em cerca de R$ 15 milhões, inclui apartamentos, uma casa de veraneio e um terreno.
Zagallo afirmou que seus filhos Paulo Jorge de Castro Zagallo, Maria Emília de Castro Zagallo e Maria Cristina Zagallo Ballester tentaram anular o cumprimento do testamento de Alcina. Ele alegou que essa medida tinha o objetivo de privá-lo dos bens de sua própria esposa.
O testamento, obtido pela reportagem, revela o desejo de Zagallo de deixar toda a parte disponível de seu patrimônio para o filho mais novo, Mario Cesar, como forma de retribuir o apoio recebido após a morte de sua esposa.
O tabelião Luiz Fernando Carvalho Faria, responsável pelo documento, registra que Zagallo estava ciente dos procedimentos judiciais movidos pelos outros três filhos contra a esposa, buscando tornar nulo o inventário realizado mais de quatro anos antes. Essa situação causou profunda tristeza e mágoa ao ex-técnico.
Paulo Jorge de Castro Zagallo, Maria Emília de Castro Zagallo e Maria Cristina Zagallo Ballester processaram Zagallo por “falsidade ideológica” após ele alegar que Alcina morreu sem deixar testamento, quando o documento existia desde 1984.
No processo de inventário de Alcina, todos os filhos inicialmente concordaram em nomear o pai como administrador dos bens dela, estimados em mais de R$ 1,5 milhão. Entretanto, três anos depois, em 2016, os irmãos mudaram de ideia, apresentaram o testamento de Alcina e acusaram Zagallo de ocultar o documento.
O pedido de anulação do inventário não teve êxito, pois o testamento confirmava que a totalidade dos bens imóveis e investimentos pertencia ao marido. O processo foi arquivado em fevereiro de 2020 pela Justiça do Rio de Janeiro. Agora, a família de Zagallo estaria inconsolável com a situação e os filhos pretendem buscar uma solução na Justiça. E veja também: Arquidiocese de SP arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti. Clique AQUI para ver. (Fontes: Notícias da TV; Léo Dias)