William Waack critica manobras fiscais do governo: “Troca seis por meia dúzia”

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Em sua coluna mais recente na CNN, o jornalista William Waack fez duras críticas à condução da política fiscal pelo governo federal, especialmente em relação à tentativa de contornar o aumento do IOF com novas propostas de elevação de receitas.

Para Waack, o Palácio do Planalto tem apenas substituído uma medida impopular por outra igualmente desgastante, sem enfrentar o problema central: a falta de controle sobre os gastos públicos.

“Se alguém não gosta do seis que tal trocar por meia dúzia? É o que o governo está tentando fazer com o Congresso, que não gostou nem um pouco do seis — isto é, aumento do IOF para cobrir buraco no Orçamento”, afirmou o jornalista, ao explicar a reação negativa do Legislativo à proposta inicial do governo.

Conforme o colunista, diante da forte resistência do Congresso e da sociedade, o governo optou por recuar parcialmente do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras e apresentar novas propostas de arrecadação. Mas, segundo Waack, isso não passou de uma troca superficial. “Ou seja, propôs no lugar do seis um meia dúzia”, resumiu.

Segundo o jornalista, a substituição de uma fonte de receita por outra não resolve o verdadeiro impasse: “Houve apenas uma troca de receitas para resolver um problema fiscal, mas sem cortes efetivos de gastos públicos.”

Ele destacou ainda que o cansaço da população com a alta carga tributária tem levado os presidentes da Câmara e do Senado a reagir.

“Seguindo uma grande resistência na sociedade, que não aguenta mais aumento de impostos, os chefes das casas legislativas ameaçaram eles mesmos tomar as rédeas de uma política fiscal que contemple não só aumento de receitas, mas sobretudo cortes de gastos.”

Waack observa que há dois movimentos paralelos no Congresso. Um é a pressão legítima por uma política fiscal mais responsável; o outro, no entanto, repete velhas práticas da política em Brasília: “A outra é o velhíssimo jogo político de Brasília, no qual empurra-se questões de fundo em troca de posturas políticas vantajosas — para esses líderes partidários — no curtíssimo prazo. Ou seja, ter o Executivo acuado acaba sendo sempre um bom negócio.”

Na visão do colunista, o que está em jogo vai muito além das disputas pontuais entre Executivo e Legislativo. Ele aponta para um risco estrutural: “O ponto central é o fato de que a atual política fiscal traz embutido um colapso já logo após as próximas eleições — isto, segundo o próprio governo.”

Por fim, Waack alerta que medidas paliativas não resolvem o cenário de desequilíbrio nas contas públicas e tampouco acalmam os ânimos no Congresso:

“Um pacote levado ao Congresso que simplesmente troca seis por meia dúzia não resolve o confronto político com o Congresso. E muito menos a questão de fundo, a mesma de sempre. A de um governo achando que consegue viver com despesas sempre subindo mais que receitas.”. E mais: Endividamento e inadimplência aumentam entre brasileiros em maio. Clique AQUI para ver.

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