O presidente e cofundador da Voepass Linhas Aéreas, José Luiz Felício, comunicou aos colaboradores da empresa, por meio de uma carta divulgada na segunda-feira (14), que a companhia irá desligar “parte significativa” de seu quadro de funcionários. Entre os demitidos estão profissionais que atuavam como tripulantes, em aeroportos e em setores de apoio. A informação foi divulgada pelo portal g1.
Sem detalhar o número exato de desligamentos, Felício justificou a decisão como consequência da crise financeira intensificada pela paralisação temporária das atividades da empresa, determinada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em 11 de março.
“Este é um reflexo do impacto dos acontecimentos recentes sobre nossa empresa. Como todos sabem, a suspensão temporária de nossas operações afetou profundamente nossa capacidade financeira, que já vinha fragilizada em decorrência da redução da nossa malha aérea após o acidente de agosto do ano passado”, declarou o executivo, fazendo menção ao trágico acidente em Vinhedo (SP), em que uma aeronave caiu sobre um condomínio, deixando 62 mortos.
A decisão da Anac de interromper os serviços da Voepass foi baseada em uma auditoria que revelou falhas já identificadas anteriormente, durante inspeção feita após o acidente. A agência alegou “quebra de confiança” e manteve a suspensão até que a empresa comprove a correção de falhas nos seus sistemas de gestão, conforme exigido pelas normas regulatórias.
Na carta enviada aos funcionários, Felício afirmou que os responsáveis pela empresa se viram obrigados a “dar alguns passos para trás para garantir a continuidade” da missão da Voepass.
“Esta decisão foi tomada de forma responsável. Por isso, consideramos todos os cenários possíveis para minimizar os impactos”, disse ele, destacando que a missão da companhia é “conectar o interior do Brasil aos grandes centros”.
A Voepass também enfrenta dificuldades judiciais. Ainda em março, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar suspendendo a decisão que obrigava a Latam a pagar R$ 34,7 milhões à Voepass. A parceria entre as empresas existe desde 2014.
A Latam argumentou que a disputa já está sendo tratada em uma corte arbitral e que a Voepass tentou receber o valor por outras vias. Segundo a Voepass, a quantia se refere a compromissos não cumpridos em acordos de uso de aeronaves. A Latam, por sua vez, afirma que, na verdade, tem créditos a receber da Voepass.
Fundada em 1995 em Ribeirão Preto (SP), a Voepass reúne as operações da antiga Passaredo Transportes Aéreos e da Map Linhas Aéreas. E mais: Ciro Nogueira critica Lula por queda no consumo de alimentos: “Fome Zero virou Come Zero”. Clique AQUI para ver. (Foto: divulgação; Fonte: Poder360)