A menos de duas semanas de iniciar mais um mandato presidencial, Nicolás Maduro, líder do regime chavista na Venezuela, anunciou nesta sexta-feira (20) uma reforma constitucional com o objetivo de “consolidar a soberania popular”.
A medida, anunciada em rede nacional, reflete a estratégia do chavismo para se manter no poder pelos próximos anos.
“Formei uma equipe com grandes analistas internacionais e nacionais para pensar, junto com o nosso povo, em uma grande reforma constitucional que democratize ainda mais a sociedade venezuelana”, declarou Maduro em um pronunciamento transmitido pela TV.
Sem dar detalhes, Maduro disse que está “imbuído de um grande sentimento de transformações, de mudanças para democratizar a sociedade venezuelana e empoderar o cidadão”.
A crise do chavismo é agravada pelas denúncias nas eleições presidenciais de 28 de julho, o que colocou Maduro em uma situação de fragilidade política. Para tentar reverter o cenário, o regime aprovou mudanças nas leis eleitorais e impôs severas restrições a ONGs e dissidentes, incluindo a aprovação da polêmica Lei Simón Bolívar, que prevê penas de até 60 anos de inabilitação política e confisco de bens para venezuelanos que apoiem sanções internacionais contra o país.
No último mês, três presos políticos morreram sob custódia do regime. De acordo com a ONG Provea, há no país 1.877 encarcerados por discordarem do governo. O opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica a vitória eleitoral, está exilado na Espanha e proibido de voltar ao país, sob pena de ser preso.
Enquanto isso, o Parlamento controlado pelo chavismo também aprovou, em novembro, uma reforma na lei das comunas. Maduro indicou que as próximas eleições, parlamentares e regionais, devem ocorrer entre fevereiro e março de 2025.
A Constituição em vigor na Venezuela foi aprovada há 25 anos por Hugo Chávez. Por isso, a nova reforma, anunciada pelo impopular Maduro, supostamente para assegurar a soberania do país, é encarada como mais uma balela do ditador para consolidar o poder. E mais: Tragédia em Teófilo Otoni (MG): colisão entre ônibus, carreta e carro deixa mais de 30 mortos. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução redes sociais; Fontes: R7; G1)