O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República e delator nas investigações sobre uma suposta ‘tentativa de golpe de Estado’, afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estaria agindo com motivação pessoal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A informação foi revelada pelo portal Metrópoles e consta de mensagens trocadas entre Cid e o advogado Eduardo Kuntz, defensor de Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro.
De acordo com a apuração do Metrópoles, a conversa ocorreu por meio do Instagram e foi registrada em ata notarial por Kuntz, que posteriormente anexou o conteúdo à ação penal que investiga Bolsonaro e aliados por tentativa de ruptura institucional.
Na mensagem, Mauro Cid afirma que Moraes confidenciou ao comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, que Bolsonaro teria “acabado com a vida dele” e que, por esse motivo, o ministro estaria decidido a retaliar. “Ele [Moraes] vai querer acabar com a vida do PR [presidente] e do entorno”, escreveu Cid.
O militar ainda criticou duramente a prisão de Marcelo Câmara, realizada na quarta-feira, 18 de junho, pela Polícia Federal, por descumprimento de medidas cautelares.
“É uma vergonha. Você sabe que a pressão é pra tentar ***… Mas ele [Moraes] não vai soltar tão cedo. Ele tem raiva e ódio. Ele acha que PR acabou com a vida dele”, escreveu o ex-ajudante de ordens, segundo transcrição do diálogo divulgada pelo Metrópoles.
Atualmente, a defesa de Jair Bolsonaro tenta invalidar a delação premiada firmada por Mauro Cid, alegando que o militar teria violado regras ao manter contato com advogados de outros investigados.
Apesar disso, conforme integrantes do Supremo, as provas obtidas com base no depoimento do militar devem continuar válidas, mesmo que o acordo de colaboração seja anulado e Cid perca os benefícios originalmente concedidos. (Foto: Ag. Senado; Fonte: Poder360; Metrópoles)
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