Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), informou à CNN que a legenda pretende contestar internacionalmente a decisão que tornou inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com Valdemar, o advogado da sigla, Marcelo Bessa, está preparado para ingressar com uma ação internacional, e uma reunião para discutir o assunto está agendada para quinta-feira (31).
Quanto à corte internacional a ser abordada, Valdemar mencionou a Organização dos Estados Americanos (OEA) como uma possibilidade, mas indicou que a decisão será tomada após a reunião com o advogado.
“Estamos do lado de Bolsonaro e não vamos nos afastar”, afirmou o presidente do PL. “Não há dúvida de que vamos tentar reverter essa decisão.”
Recurso no TSE e STF
A defesa de Jair Bolsonaro já interpôs recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contestar a decisão da Corte que o declarou inelegível. Valdemar indicou que o PL está disposto a levar o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF) se necessário. “Quando a decisão for publicada no TSE, o advogado do PL vai ao STF para debater isso. Muitas coisas podem mudar nos próximos dois ou três anos”, afirmou.
Objetivo de conciliação entre a direita e a Justiça brasileira
Valdemar expressou esperança de que seja alcançada uma “harmonização” entre a direita política e o sistema judiciário brasileiro. Ele declarou que o partido almeja estabelecer uma relação positiva com o poder Judiciário e que deseja que essa relação seja recíproca.
Negativa quanto à candidatura de Michelle Bolsonaro
O presidente do PL negou a possibilidade de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ser considerada uma alternativa à candidatura de Jair Bolsonaro nas próximas eleições presidenciais. “Michelle nunca foi um plano B. Ela sempre disse que não deseja ocupar um cargo público. Bolsonaro também não tem essa expectativa para ela”, afirmou. Ele mencionou a sugestão prévia de Bolsonaro de que Michelle poderia ser candidata ao Senado, mas ressaltou que não a via concorrendo a um cargo no Executivo.
Investigação sobre as joias não preocupa o partido
Valdemar abordou a investigação da Polícia Federal (PF) sobre a venda ilegal de joias que foram presenteadas à Presidência durante a gestão de Bolsonaro, indicando que o partido não está preocupado. “Não existe definição clara sobre o que era permitido ou não. É necessário ter orientações claras sobre o que é certo ou errado. Não havia dinheiro público envolvido nisso, por isso não estamos preocupados”, declarou à CNN. Valdemar explicou que Bolsonaro acreditava que as joias eram presentes pessoais e que ele as devolveu quando percebeu o equívoco.
Participações no governo Lula
Valdemar foi firme ao afirmar que os membros do PL não integrarão o governo Lula. “Se o nome desses parlamentares surgir, por favor, informem-me para que eu possa tomar as medidas necessárias, porque o partido não aceitará isso”, declarou. “Qualquer deputado que queira participar do governo Lula terá que deixar o partido.”
Apoio em eleições municipais
Valdemar também anunciou o apoio do partido à reeleição de Ricardo Nunes (MDB) como prefeito de São Paulo, ressaltando o envolvimento de Bolsonaro na disputa. “Após Bolsonaro ter influenciado na eleição do governador de São Paulo [Tarcísio de Freitas] e do senador de São Paulo [Marcos Pontes], deixamos para ele resolver a situação em São Paulo”, disse. Ele complementou: “O PL indicará o vice de Nunes, e a escolha será de Bolsonaro.” Ele completou: “O PL deve indicar o vice do Nunes, e quem vai escolher é o Bolsonaro.”
Assista abaixo à entrevista na íntegra
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