União terá de indenizar filho de Lula por escutas divulgadas na Lava-Jato

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A Justiça Federal determinou que a União pague R$ 60 mil de indenização a Fábio Luís Lula da Silva, filho de Lula (PT), e à mulher dele, Renata de Abreu Moreira, por danos morais pelas conversas deles divulgadas no âmbito da Operação Lava Jato. As informações são da jornalista Monica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (12).

As conversas foram divulgadas pelo então juiz Sergio Moro em março de 2016, no dia em que Lula foi anunciado por Dilma como seu novo ministro da Casa Civil. É o famoso áudio do “Tchau, querida”, que Lula diz a então presidente após ele receber a notícia da nomeação chegando por meio do “Bessias”. Naquele material estavam conversas de Fábio e Renata.

A alegação dos advogados de Fábio é que não houve “filtro” nos diálogos, já que eles não eram investigados. Já a União apresentou os argumentos de Sergio Moro e pelos procuradores da Lava-Jato de que “a intimidade, quando confrontado com a possibilidade de prática de delitos, deve ser relativizada, tendo em vista o interesse público sobre o privado”.

A juíza Ana Lucia Petri Betto, da 6ª Vara Cível Federal de São Paulo, considerou que a divulgação dos diálogos, determinada pelo então juiz Sergio Moro (União Brasil-PR), foi ilícita, já que eles nada tinham a ver com as investigações.

Na sentença, a juíza escreveu que a publicidade das conversas implicou em “verdadeira mácula à personalidade” do casal, “transcendendo o mero aborrecimento” e que Renata, nora de Lula, relatou “o afastamento de pessoas próximas” e testemunhas afirmaram que ela passou a adotar “condutas de medo e ansiedade”.

Um dos diálogos revelados trazia uma conversa de Fábio com sua mãe, Marisa Letícia, sobre os constantes panelaços realizados em protesto contra Dilma Roussef e o PT. Já Renata foi interceptada conversando com Kalil Bittar, irmão de Fábio Bittar, então dono do sítio de Atibaia, frequentado por Lula e Marisa. Kalil disse à nora de Lula que havia passado no sítio e feito “uma limpa” na geladeira.

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Fonte: Folha de S. Paulo
Imagem: reprodução via Metrópoles

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