O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou a suspensão do envio de armamentos fundamentais à Ucrânia, como os mísseis do sistema antiaéreo Patriot, projéteis guiados de precisão e armamento utilizado por caças F-16.
A decisão, divulgada oficialmente pela Casa Branca na terça-feira (1º), foi antecipada pelo site Politico e, segundo autoridades americanas, foi motivada pela escassez dos estoques dessas armas no arsenal militar dos EUA.
O Kremlin reagiu positivamente à notícia. “Quanto menos armamentos forem fornecidos, mais breve o conflito será encerrado”, declarou o porta-voz Dmitri Peskov.
Em contrapartida, o governo ucraniano expressou forte preocupação. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia convocou o adido militar norte-americano em Kiev para debater o assunto e classificou os equipamentos como “essenciais para a defesa do país”. Apesar disso, a chancelaria informou que ainda não recebeu um comunicado oficial sobre a suspensão, mantendo aberta a possibilidade de diálogo.
A notícia repercutiu também no Parlamento ucraniano, onde parlamentares alertaram que a redução no fornecimento de armas ocorre em um momento de intensificação da ofensiva aérea russa. O Departamento de Defesa dos EUA não detalhou quais quantidades ou valores foram afetados, tampouco esclareceu o estado atual dos estoques estratégicos do país.
De acordo com estimativas não confirmadas, a Ucrânia conta atualmente com cerca de seis baterias do sistema Patriot, focadas na proteção de áreas estratégicas do governo. Pelo menos duas dessas baterias teriam sido destruídas, segundo o site Oryx, que monitora perdas militares com base em dados públicos.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, havia solicitado recentemente mais sete baterias a Trump durante um encontro nos bastidores da cúpula da Otan. No entanto, em vez de reforço, recebeu como resposta o corte no fornecimento.
Além disso, também será afetado o envio de munições de precisão, cruciais para conter o avanço das forças russas e manter a resistência nas regiões de fronteira. Não é a primeira vez que Washington interrompe esse tipo de apoio.
Em março deste ano, o envio havia sido totalmente paralisado após um desentendimento entre Trump e Zelenski na Casa Branca. Embora a assistência militar tenha sido retomada posteriormente, o volume entregue tem sido insuficiente, na avaliação de Kiev.
Levantamento do Instituto para a Economia Mundial de Kiel, na Alemanha, mostra que, após um volume recorde de R$ 174 bilhões em ajuda militar durante o último trimestre do governo Biden, o total enviado despencou para apenas R$ 3,2 bilhões nos três primeiros meses de 2025 — e cessou por completo a partir de abril. (Foto: reprodução; Fonte: Folha de SP)
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