TCU aponta que governo pode ter ‘superestimado’ receitas e vê déficit de R$ 55 bi em 2024

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O plenário do ‘Tribunal de Contas da União’ (TCU) emitiu um alerta nessa quarta-feira (17) indicando que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode ter “superestimado” as receitas no Orçamento de 2024, gerando um possível déficit de até R$ 55,3 bilhões. A confirmação desse resultado representaria o descumprimento da meta fiscal estabelecida para 2024, que visa zerar o déficit.

O posicionamento foi aprovado pelo plenário durante o julgamento sobre a conformidade da proposta de Orçamento para o ano em questão. O risco de ultrapassar a meta e acionar gatilhos de contenção de despesas em 2025 e 2026, este último um ano eleitoral, motiva a pressão interna no governo por uma possível mudança no foco da política fiscal.

Além de apontar a possível superestimação das receitas, o TCU destacou fragilidades tanto conjunturais do Orçamento quanto estruturais do novo arcabouço fiscal, aprovado pelo Congresso Nacional em agosto e aplicado pela primeira vez em 2024.

O tribunal informou que não foi possível concluir sobre a viabilidade da promessa do governo de reduzir em R$ 12,5 bilhões as despesas com benefícios do INSS a partir de revisões de aposentadorias. Os ministros observaram também que, sob os parâmetros projetados para o crescimento e a taxa de juros, a sustentabilidade da dívida não será alcançada na próxima década, indicando a necessidade de reavaliação do crescimento das despesas primárias autorizado no novo arcabouço.

No relatório da unidade técnica, que embasou o posicionamento da corte, os auditores afirmam que “seria importante limitar o crescimento [real] das despesas primárias a uma taxa menor” do que os 70% da expansão real das receitas (acima da inflação), como proposto pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda) e autorizado pelo Congresso.

Durante o julgamento, o relator do processo, ministro Jhonatan de Jesus, afirmou que a inclusão de R$ 168,5 bilhões em receitas extras, condicionadas à aprovação de medidas legislativas, gera insegurança quanto ao cumprimento das metas estipuladas.

“Como bem destacado pela equipe, a metodologia utilizada pelo Poder Executivo para estimar cada uma das novas receitas não foi apresentada no PLOA [projeto de Lei Orçamentária Anual], remanescendo dúvidas quanto à real capacidade arrecadatória das inovações legislativas”, disse o ministro. E veja também: Líder da oposição da Câmara é alvo de busca e apreensão pelo ‘8 de Janeiro’. Clique AQUI para ler. (Foto: Ministério da Economia; Fonte: Folha de SP)

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