Governadores de São Paulo, Goiás e Minas Gerais unem forças em articulação política para pressionar o Senado a restringir ou eliminar a prática da “saidinha” de presos, cujo projeto de lei está estagnado na Casa desde outubro após ser aprovada na Câmara dos Deputados. O debate em torno do tema ganhou destaque após o assassinato de um policial em Minas Gerais, impulsionando a discussão sobre a necessidade de revisão desse benefício.
No último dia 5, o sargento Roger Dias da Cunha foi tragicamente baleado na cabeça por um fugitivo da “saidinha” de Natal, ocorrida em Belo Horizonte. Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ronaldo Caiado (União) e Romeu Zema (Novo), potenciais candidatos à Presidência da República em 2026, almejam utilizar a bandeira da Segurança Pública como estratégia política, explorando uma área frágil para o PT.
Embora oficialmente apenas Caiado admita a possibilidade de concorrer ao Planalto, Tarcísio e seu secretário de Segurança Pública planejam uma ida a Brasília para abordar o tema após o recesso legislativo. O deputado Guilherme Derrite (PL), principal representante contra o benefício na Câmara e oficial da reserva da PM, busca sensibilizar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), sobre a urgência da pauta.
Derrite já dialogou com diversos senadores, como Ciro Nogueira (PP-PI), Jorge Seif (PL-SC), Marcos Pontes (PL-SP) e Sergio Moro (União-PR), instigando a mobilização das bancadas para aprovação da proposta.
Além da questão das “saidinhas”, o governador de São Paulo expressa interesse em abordar a necessidade de revisão das audiências de custódia, sem dúvida o principal mecanismo para o aumento da impunidade, pois permite a reincidência do preso no crime.
No entanto, aliados de Tarcísio apontam que a discussão ainda não está “madura” e enfrentará resistências, especialmente considerando a implementação da ação pelo novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, quando ocupou a presidência do STF, recebendo até elogios da ONU.
O governador ressalta a preocupação de que a polícia detenha repetidas vezes o mesmo criminoso, apenas para vê-lo ser posto em liberdade. E veja também: Ramagem afirma que nunca teve acesso às senhas de sistema de monitoramento. Clique AQUI para ver. (Foto: Secom Goiás; UOL)