STF forma maioria para condenar Carla Zambelli a mais de 5 anos de prisão

direitaonline

O Supremo Tribunal Federal (STF) alcançou maioria de votos na madrugada desta terça-feira (25) para condenar a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em uma ação penal que envolve porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.

O ministro Dias Toffoli adiantou seu voto e acompanhou o relator do caso, Gilmar Mendes, mesmo após o pedido de vista apresentado na véspera pelo ministro Kassio Nunes Marques, o que interrompe temporariamente o julgamento para mais análise. O mesmo procedimento já havia sido adotado por Cristiano Zanin, que também antecipou seu posicionamento.

O pedido de vista de Kassio Nunes Marques ocorreu quando quatro ministros já haviam votado a favor da condenação, estipulando uma pena de 5 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicial semiaberto, além da perda do mandato parlamentar.

Com os votos de Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Dias Toffoli, a contagem parcial já soma 6 a 0 contra a deputada. No entanto, a decisão final depende da retomada do julgamento, suspenso até que o ministro Kassio libere novamente o processo.

A denúncia do Ministério Público Federal se baseia em um episódio ocorrido em 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições, quando Zambelli sacou uma arma e abordou um homem em São Paulo, alegando que ele a teria provocado e ameaçado.

Em nota divulgada na última semana, a deputada criticou o andamento do julgamento e alegou que sua defesa foi impedida de se manifestar oralmente perante os ministros.

“Essa seria a melhor oportunidade de evidenciar que as premissas colocadas no voto proferido estão equivocadas. Esse direito do advogado não pode ser substituído por vídeo enviado — cuja certeza de visualização pelos julgadores inexiste”, afirmou.

Ainda segundo a parlamentar, “foram enviados e despachados memoriais com os ministros para motivá-los a ter vistas e examinar minuciosamente os autos”. Apesar da situação, ela declarou: “Tenho total confiança na Justiça e acredito que, com o esclarecimento completo dos fatos, minha inocência será comprovada”.

Embora possuísse autorização para portar arma de fogo, a acusação argumenta que Zambelli não poderia ter utilizado a pistola em via pública, colocando outras pessoas em risco. A Procuradoria-Geral da República avaliou que o homem perseguido não apresentava uma ameaça concreta que justificasse a ação da deputada. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: Folha de SP)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

Moraes manda caso de Ricardo Salles de volta ao STF

Alexandre de Moraes determinou, na semana passada, o retorno ao Supremo Tribunal Federal (STF) do processo contra Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, acusado de favorecer ilegalmente madeireiras durante sua gestão no governo Bolsonaro. Salles se tornou réu em agosto de 2023 sob suspeita de beneficiar empresas do setor madeireiro. […]