O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), que tem Frei Chico — irmão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — como vice-presidente, divulgou uma carta a senadores e deputados federais em que nega envolvimento em irregularidades e critica a investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A entidade, que arrecadou R$ 90 milhões apenas em 2023, está entre as instituições investigadas por suposta participação em um esquema que pode ter causado prejuízo de até R$ 6 bilhões ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), por meio de descontos não autorizados em aposentadorias e pensões.
Apesar disso, o sindicato ficou de fora da ação da Advocacia-Geral da União (AGU) que pede bloqueio de bens e ressarcimento dos valores.
No documento, o sindicato sugere que as investigações têm motivações políticas. “A única explicação seria o fato de o vice-presidente da entidade ser Frei Chico, irmão do presidente Lula, revelando um uso político da operação para atacar o governo e enfraquecer uma entidade combativa e respeitada”.
A carta também busca justificar o crescimento do número de filiados ao longo dos últimos anos. De acordo com o texto, esse aumento teria ocorrido de forma gradual desde 2019, em razão da ampliação dos serviços oferecidos, como seguro de vida, assistência funerária e atendimento preventivo à saúde.
“Durante a pandemia, muitos idosos buscaram proteção para suas famílias, impulsionando novas adesões – ainda assim, o crescimento mensal não ultrapassou 3%”, afirma o sindicato.
O Sindnapi também destaca que alertou as autoridades sobre práticas irregulares muito antes da atual gestão. “E em 2023, com Lula, a entidade levou o tema ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), alertando para o avanço de práticas irregulares por associações fraudulentas. O problema foi ignorado por anos até que, mais recentemente, medidas começaram a ser tomadas para apurar os fatos”.
No entanto, de acordo com a Polícia Federal, o sindicato teria feito descontos sem cumprir as exigências legais para atuar sobre os benefícios previdenciários. Um parecer técnico da Dataprev, estatal responsável por gerenciar os dados da Previdência, aponta que, em 2024, a entidade ainda não havia validado a biometria facial dos beneficiários.
O Sindnapi nega a falha e diz contar com um “sistema moderno de filiação – incluindo biometria facial, assinatura digital e reconhecimento de firma”. Segundo a carta, uma auditoria independente avaliou que 97,14% dos cadastros estavam corretos. “Os demais foram corrigidos”, conclui o texto. E mais: Moraes será relator de ação que tenta suspender processo contra Ramagem. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: CNN)