Servidora em greve: “não votei no Lula para cortar meu salário”

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Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reafirmaram na Câmara dos Deputados, no último dia 29, que continuam em greve por reajustes salariais, reestruturações na carreira e sua transformação em típica do Estado.

A deputada petista Erika Kokay (PT-DF), que conduziu debate na Comissão de Administração e Serviço Público, se colocou à disposição para encaminhar, junto com outros parlamentares, as demandas ao governo Lula.

Erika Kokay criticou a judicialização da greve e o corte do ponto de servidores grevistas que estão usufruindo de um direito constitucional. “Final de greve não se determina pela Justiça, não se determina com a opressão de retirar salário e sobrevivência dos servidores e das servidoras. Final de greve se conquista em um processo negocial.”

Um vídeo que viraliza nas redes sociais mostra uma servidora aos prantos dizendo que não havia votado em Lula para ter o salário cortado. Ao fundo da gravação é possível ouvir outra pessoa no ato dizendo que ‘nem no governo Bolsonaro’ passaram por algo semelhante. Assista a seguir, em publicação nas redes sociais do jornalista Luiz Bacci.

Demandas
Na reunião, servidores do INSS se disseram desrespeitados pelo governo Lula e consideraram impositivas as negociações feitas até agora. A greve já dura um mês e meio.

A técnica do Seguro Social Isadora Ferreira, em nome do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), disse que a categoria busca, além de reajuste salarial, a exigência de nível superior para o cargo e a exclusividade de suas atribuições.

“Nós queremos que as atribuições exclusivas que foram retiradas no governo Bolsonaro voltem a ser exclusivas, porque a gente é competente para fazer o que a gente faz. Não é CLT, não é ensino médio, não é estagiário, não é servidor de qualquer outro órgão que pode vir para o nosso”, afirmou Isadora. “Também queremos carreira típica de Estado. Nós somos carreira típica de estado porque nossa competência vem da Constituição.”



Segundo Isadora, essas pautas estão ligadas à valorização de uma Previdência Social que deve ser solidária, sustentável e forte, mas possui “servidores cada vez mais desvalorizados”. “A gente reconhece direitos, analisa benefícios. A gente tem um cheque em branco. Liberamos muito dinheiro, isso não é brincadeira. Não somos um órgão que gasta dinheiro. Através dos benefícios, sustentamos cidades”, acrescentou.

Distribuidor de renda
O técnico Guilherme Molinaro, que representou a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), acrescentou que o INSS tem tudo para ser “a menina dos olhos” do governo federal, pois trabalha com o social.

“Existe uma disparidade absurda em relação a outras carreiras do serviço público federal. O órgão que é o maior distribuidor de renda no Brasil, tem a maior folha de pagamento, o maior gasto público é a Previdência. Eu entendo que a gente deveria ser tratado com mais respeito, ser mais ouvido e ter nossos acordos cumpridos”, avaliou Molinaro.

A deputada Erika Kokay lamentou a ausência, na reunião, de representantes do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos e do INSS. Assista mais abaixo! E mais: Mendonça vota para aceitar recurso da PGR contra decisão que beneficiou Marcelo Odebrecht. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Ag. Câmara; Luiz Bacci)

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