Secretário de Educação de Belford Roxo (RJ) é preso sob suspeita de desviar R$ 6,1 milhões de merenda

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Uma operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que investiga um esquema de desvio de verbas destinadas à merenda escolar em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, resultou na apreensão de R$ 2,6 milhões em espécie — em euros, dólares e reais — além de quatro carros, documentos e celulares dos investigados. As ações ocorreram na manhã desta terça-feira, e resultaram na prisão do secretário municipal de Educação, Denis de Souza Macedo, em sua residência em Nova Iguaçu.

Nomeada Operação Fames, em referência à deusa romana da fome, a ação teve como objetivo combater o desvio de recursos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). De acordo com os investigadores, o total desviado foi de pelo menos R$ 6,1 milhões. Foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão pela 7ª Vara Federal da Subseção Judiciária do Rio de Janeiro, cumpridos na capital e em cidades da Baixada Fluminense.

Durante a operação, foram encontrados 300 mil euros (aproximadamente R$ 1,8 milhão) em espécie na casa de um dos investigados, localizada em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. Na residência de um servidor da secretaria de Educação, cujo nome não foi divulgado, foram encontrados R$ 360 mil em espécie.

Cem agentes da PF participaram da operação. As fraudes, segundo a PF, envolviam pagamentos superfaturados com base em documentos falsos para empresas contratadas para fornecer merenda escolar. A investigação revelou que essas empresas pagavam vantagens indevidas aos agentes públicos do município.

Os envolvidos poderão responder por uso de documento falso, peculato, corrupção passiva e ativa, além de fraude à licitação e lavagem de dinheiro. No galpão de merenda da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), a Polícia Federal encontrou itens mal armazenados, incluindo utensílios de cozinha espalhados pelo chão e pilhas de canecas empoeiradas.

Em nota, a Prefeitura de Belford Roxo afirmou não ter tido acesso aos autos do processo, mas confia na Justiça e espera um rápido esclarecimento dos fatos. A prefeitura foi proibida pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de contratar novos servidores temporários, decisão motivada pelo elevado número de temporários em comparação às demais prefeituras do estado. (Foto: reprodução O Globo; Fonte: O Globo)

 

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