Brasil tem forte saída de dólares pela via financeira e registra 2º pior fluxo da história até abril

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O Brasil enfrentou uma significativa saída de dólares pela via financeira entre janeiro e abril deste ano, resultando em um déficit líquido de US$ 21,08 bilhões, conforme dados divulgados pelo Banco Central. De acordo com uma reportagem da Folha de SP, este é o segundo pior fluxo financeiro registrado pelo país no período desde o início da série histórica, que começou em 1982, superado apenas pelo ano de 2020, quando a pandemia de Covid-19 provocou uma saída líquida de US$ 32,52 bilhões.

O fluxo financeiro mede a entrada e saída de dólares no mercado de capitais, incluindo operações como investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior, e investimentos estrangeiros diretos.

De acordo com a economista Cristiane Quartaroli, do Ouribank, essa movimentação reflete a decisão de investidores de transferir seus recursos para economias mais estáveis, como a dos Estados Unidos, que oferecem maior segurança e taxas de juros atraentes.

Em maio, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, manteve as taxas de juros entre 5,25% e 5,5%, o nível mais alto em 23 anos. Além disso, a instituição sinalizou que as taxas devem permanecer elevadas por mais tempo devido à persistente inflação. Essa política monetária impacta significativamente os mercados financeiros globais, especialmente economias emergentes como a do Brasil.

Enquanto isso, no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vem reduzindo a taxa Selic desde agosto do ano passado. Na última quarta-feira (8), a taxa foi reduzida para 10,50% ao ano após um corte de 0,25 ponto percentual, em uma decisão dividida.

“O nível de juros nos Estados Unidos é elevado, porém, apesar de ser mais baixo que o nosso, eles têm uma economia menos volátil, fazendo com que o fluxo de capitais migre daqui para lá”, explica Quartaroli.

A economista também destaca que fatores internos, como o anúncio do governo Lula de revisar as metas fiscais estipuladas pelo próprio Ministro da Fazenda, aumentam a aversão ao risco por parte dos investidores estrangeiros. Em um cenário de grande incerteza, muitos investidores preferem retirar seus recursos da bolsa e direcioná-los para fundos de investimento e renda fixa, em busca de maior segurança. E mais: AGU pede ao Supremo suspensão de decisão sobre desoneração. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixa Bay; Fonte: Folha de SP)

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