Rússia liberta repórter na maior troca de prisioneiros com os EUA desde a Guerra Fria

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Os Estados Unidos e a Rússia realizaram, nesta quinta-feira (31), a maior troca de prisioneiros da história pós-soviética. Moscou libertou o jornalista Evan Gershkovich, seu compatriota Paul Whelan e dissidentes como Vladimir Kara-Murza, em um acordo multinacional que resultou na libertação de duas dúzias de pessoas.

Essa troca ocorreu apesar das relações entre Washington e Moscou estarem em seu ponto mais crítico desde a Guerra Fria, após a invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin em fevereiro de 2022. Negociadores em conversas secretas inicialmente consideraram incluir o líder da oposição russa Alexei Navalny na troca, mas, após sua morte em fevereiro, finalizaram um acordo que envolveu 24 pessoas. Esse acordo exigiu concessões significativas de aliados europeus, incluindo a libertação de um assassino russo, e garantiu a liberdade de jornalistas, supostos espiões, prisioneiros políticos e outros.

O presidente Joe Biden celebrou a troca como um feito diplomático, ao receber as famílias dos americanos libertados na Casa Branca. No entanto, o acordo refletiu um desequilíbrio: os EUA e seus aliados entregaram russos acusados ou condenados por crimes graves, enquanto a Rússia libertou jornalistas, dissidentes e outros prisioneiros mantidos sob acusações que o Ocidente considera forjadas.

 

Pelo acordo, a Rússia libertou Gershkovich, repórter do The Wall Street Journal, preso em 2023 e condenado por espionagem em julho, acusações que ele e o governo dos EUA negaram veementemente. Whelan, executivo de segurança corporativa de Michigan preso desde 2018 também por acusações de espionagem, e Alsu Kurmasheva, jornalista da Radio Free Europe/Radio Liberty e cidadã dupla americana e russa, também foram libertados. Kurmasheva havia sido condenada por espalhar informações falsas sobre os militares russos, acusações que sua família e empregador rejeitaram.

Os dissidentes libertados incluíam Kara-Murza, crítico do Kremlin e escritor ganhador do Prêmio Pulitzer, que cumpria pena de 25 anos por acusações de traição amplamente vistas como politicamente motivadas. Outros críticos do Kremlin libertados incluíam Oleg Orlov e Ilya Yashin, além de vários associados de Navalny.

Do lado russo, foi libertado Vadim Krasikov, condenado na Alemanha em 2021 e sentenciado à prisão perpétua por matar um ex-rebelde checheno em um parque de Berlim, aparentemente sob ordens dos serviços de segurança de Moscou. A libertação de Krasikov foi uma exigência persistente de Moscou, com o próprio Putin levantando a questão.

A Rússia também recebeu dois supostos agentes presos na Eslovênia, bem como três homens acusados por autoridades federais dos EUA: Roman Seleznev, hacker condenado e filho de um legislador russo, e Vadim Konoshchenok, suposto agente de inteligência russo acusado de fornecer eletrônicos e munição americana ao exército russo. A Noruega devolveu um acadêmico preso sob suspeita de espionagem russa, e a Polônia devolveu um homem detido sob acusações de espionagem.

Ao todo, seis países libertaram pelo menos um prisioneiro, e um sétimo — a Turquia — participou sediando o local da troca, em Ancara.

Essa troca de prisioneiros, abrangendo múltiplas nações e complexas negociações, sublinha as intricadas relações diplomáticas e os desafios contínuos entre a Rússia e o Ocidente, destacando a delicada balança entre diplomacia e política internacional em tempos de tensão. E mais: Brasil assume embaixada argentina na Venezuela, e Milei agradece. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: Associated Press)

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