A Rússia articula um referendo sobre a anexação da cidade ucraniana de Lugansk à Rússia. O pleito será realizado em 492 locais de votação, disse nesta sexta-feira (22) Alexey Karyakin, atual presidente do parlamento do local e simpático ao governo russo.
A Rússia já considera a região como uma nação independente da Ucrânia e a ela dá o nome de “República Popular de Lugansk” (LPR). A ditadura comunista da Coreia do Norte é outro país a reconhecer a “soberania” da região.
“Iniciou-se o trabalho de formação do grupo de observadores nas assembleias de voto, haverá um total de 492 deles na LPR”, disse Alexey Karyakin à agência de notícias Lugansk inform center.
O atual chefe do parlamento reiterou que na reunião de 15 de julho da Câmara Pública foi iniciada a criação da sede do referendo. “Atualmente, o trabalho já está em andamento nesta pista”, acrescentou.
Mais cedo, o atul governante de Lugansk, Leonid Pasechnik, disse que a “república” pode realizar um referendo onde seus moradores expressarão sua opinião sobre a adesão à Rússia. Dito isso, ele observou que a principal tarefa no momento era a libertação de todo o território do local do exército ucraniano e só então o referendo pode ser considerado. Em 3 de julho, o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, informou ao presidente Vladimir Putin que Lugansk havia sido completamente tomada
Por sua vez, o embaixador de Lugansk em Moscou, Rodion Miroshnik, disse à agência russa de notícias TASS que o referendo sobre a adesão à Rússia definitivamente ocorrerá no local assim que a segurança for garantida. Em 17 de junho, a Comissão Eleitoral Central do lugar aprovou o procedimento para a criação de assembleias de voto e referendo.
Em 21 de fevereiro, o presidente russo Vladimir Putin anunciou a decisão de reconhecer a soberania de Donetsk e Lugansk. Os tratados de amizade, cooperação e ajuda mútua foram assinados com entre o russo e os novos respectivos líderes. Em 22 de fevereiro, a Duma do Estado e o Conselho da Federação ratificaram ambos os documentos, e Putin assinou as respectivas leis no mesmo dia.
O russo disse em um discurso televisionado em 24 de fevereiro que, em resposta a um pedido dos chefes das repúblicas do Donbass, ele tomou a decisão de realizar uma “operação militar especial” (nome que Putin usa para o conflito) para “proteger” as pessoas (daquelas regiões) “que vêm sofrendo abusos e genocídios por parte dos regime de Kiev por oito anos.”