Vereador que pediu CPI contra padre Júlio Lancelotti será investigado: “absurdo!”

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A Polícia Civil iniciou uma investigação para apurar a conduta do vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União Brasil), que solicitou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o padre Júlio Lancellotti.

A abertura do inquérito atende a uma determinação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que acolheu um pedido do Instituto Padre Ticão.

O vereador Rubinho Nunes protocolou duas solicitações de CPIs na Câmara Municipal de São Paulo: a primeira, em dezembro de 2023, para investigar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia. Embora o nome do padre Júlio não tenha sido mencionado no pedido, o vereador frequentemente se referia a ele em suas redes sociais.

Em março deste ano, Nunes apresentou um segundo pedido de CPI para investigar abusos e assédios sexuais contra pessoas vulneráveis, usuárias de drogas e moradores de rua na capital. A proposta não mencionava explicitamente o nome do padre Júlio

Em uma denúncia formal, o Instituto Padre Ticão argumentou que o vereador ‘abusou de sua autoridade’ ao tentar instaurar uma CPI “sem qualquer evidência de conduta criminosa por parte do pároco, com a única intenção de obter ganhos políticos pessoais”.

“Propor uma CPI dessa forma, especialmente em um ano eleitoral, é um ato abusivo que merece investigação por parte do Ministério Público e da Polícia Civil”, declararam os advogados Marcos Sá, Gilney Mello e André Lozano, representantes do instituto.

A organização também alegou que Rubinho Nunes disseminou ‘notícias falsas’ contra Júlio Lancellotti e cometeu aporofobia (termo criado para dizer que há ‘medo’ ou rejeição aos pobres).

O inquérito contra o vereador do União Brasil está sendo conduzido pelo 1º Distrito Policial da Sé, e sua abertura foi autorizada pela delegada Ana Paula Monteiro Pinto. O Instituto Padre Ticão participa do caso de forma independente, sem representar diretamente o padre Júlio Lancellotti.

Em sua decisão, o promotor Paulo Henrique Castex afirmou que o caso precisa ser mais ‘bem elucidado’ para determinar se houve alguma conduta criminal. Por esse motivo, ele ordenou a instauração do inquérito policial.

Em suas redes sociais, o vereador Rubinho Nunes qualificou a representação como “um completo absurdo” e negou qualquer abuso de autoridade relacionado à CPI.

“Isso é absurdo em várias camadas”, declarou o parlamentar em nota. “Ao invés de o instituto e o MP se preocuparem em investigar as gravíssimas denúncias de abuso sexual contra o Júlio Lancellotti, vão investigar um denunciante?”, questionou.

“Além disso, não há qualquer abuso de autoridade. A abertura de uma CPI é uma prerrogativa legal do parlamentar, que ainda goza de imunidade constitucional em relação aos seus votos e opiniões”, continuou Nunes. “Por fim, esse instituto não possui qualquer interesse processual, pois não tem procuração do senhor Lancellotti. Tudo isso é uma tentativa bizarra de intimidação para acobertar tanto o senhor Lancellotti quanto as ONGs que operam na região central e lucram com a miséria”, afirmou.

“Isso pode até funcionar com outros políticos, mas comigo só serve de motivação para investigar ainda mais”, concluiu Rubinho. “Vou estudar uma representação criminal contra o instituto por denunciação caluniosa eleitoral.”. (Foto: reprodução Antagonista; Fontes: G1; Folha de SP)

 

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