A Polícia Federal identificou que pessoas e empresas ligadas a um ex-diretor do INSS receberam pelo menos R$ 5,1 milhões de instituições intermediárias associadas a entidades representativas.
Segundo relatório da investigação, o filho do ex-servidor também movimentou valores elevados em sua conta pessoal e no escritório de advocacia, mesmo declarando renda de apenas R$ 13,3 mil. Parte dos recursos teria sido repassada para a esposa.
Empresas responsáveis pelos pagamentos pertencem a um investigado conhecido como “Careca do INSS”, já apontado em outras etapas do inquérito. A PF destacou ainda que o filho do ex-diretor atuava em causas contra o INSS e mantinha relação próxima com entidades envolvidas nas irregularidades.
À época dos fatos, o ex-diretor ocupava o setor responsável pela formalização dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades associativas. Mesmo diante do crescimento das denúncias de fraudes, ele assinou pelo menos sete novos acordos com essas organizações.
A exoneração ocorreu em julho de 2024 por decisão do ministro da Previdência, Carlos Lupi, que alegou atraso na entrega de relatórios sobre as irregularidades.
Naquele momento, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) já apuravam indícios de fraudes nos descontos aplicados a aposentados e pensionistas. Na semana passada, CGU e PF deflagraram uma grande operação para desarticular o esquema, que teria desviado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A ação levou ao afastamento de cinco servidores públicos, incluindo o ex-presidente do INSS, e cumpriu 211 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária e ordens de bloqueio de bens superiores a R$ 1 bilhão, em 13 estados e no Distrito Federal.
Documentos do Conselho Nacional de Previdência Social indicam que o ministro Carlos Lupi foi alertado sobre as irregularidades ainda em junho de 2023. Na ocasião, a conselheira Tonia Galleti pediu que os ACTs fossem incluídos na pauta de discussão, mas o pedido foi recusado sob justificativa de pauta fechada.
Mesmo com insistência e menção a “inúmeras denúncias”, o assunto só começou a ser tratado mais de um ano depois, quando as investigações já estavam em andamento. E mais: Galvão Bueno detona camisa vermelha da Seleção. Clique AQUI para ver. (Foto: EBC; Fonte: CNN)