Reforma tributária deve disparar preço dos imóveis e aluguel

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A construção e aquisição de imóveis podem se tornar inviáveis para muitos se o texto atual da reforma tributária não for ajustado, afirmaram representantes do setor imobiliário durante o Seminário Real Estate, promovido pelo Lide na manhã desta sexta-feira (28). A reportagem é da Folha de SP.

De acordo com cálculos do setor, seria necessário um aumento de 15% no preço dos imóveis para cobrir a nova carga tributária. Um estudo apresentado pela ‘Frente Parlamentar da Habitação e do Desenvolvimento Urbano Sustentável’ revelou que, conforme a proposta atual, o impacto no aluguel de uma família seria maior do que dois anos inteiros de inflação controlada. A nova tributação pode elevar o valor de compra dos imóveis em 10%.

“O brasileiro já enfrenta dificuldades para adquirir um imóvel atualmente. Se aumentarmos os preços para cobrir a alíquota proposta, será necessário reduzir a atividade no setor. Espero que cheguem a um número adequado, para evitar discussões no Senado”, afirmou Luiz França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc).

 

Atualmente, a tributação das atividades imobiliárias é reduzida. A incorporação, por exemplo, está sujeita ao Regime Especial de Tributação (RET), com uma alíquota fixa sobre as receitas que inclui o PIS/Cofins. Já a locação não está sujeita ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) nem ao ISS (Imposto Sobre Serviços).

Com a introdução dos novos tributos CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), um imóvel de R$ 200 mil pode pagar 23,2% a mais em impostos, enquanto um imóvel de R$ 2 milhões enfrentaria o dobro da alíquota atual.

Cálculos da Tendências Consultoria, apresentados pelo Secovi-SP, indicam que a reforma dobrará o custo tributário da administração de imóveis, repassando esse custo ao consumidor final. A alíquota média, atualmente no máximo de 8,65% (considerando a alíquota de 5% de ISS), passaria para 17,49%.

Na locação, um apartamento alugado por R$ 3.500 atualmente custaria R$ 3.887 após a reforma, segundo o levantamento.

O setor imobiliário pressiona por neutralidade tributária, argumentando que a moradia não deve ser tratada como um serviço. “Os principais objetivos da reforma são simplificação e neutralidade. Para o nosso setor, a proposta atual não contempla nenhum desses objetivos”, declarou Rodrigo Luna, presidente do Secovi-SP.

A proposta sugere que o desconto nos tributos para novos empreendimentos imobiliários suba de 20% para 60%. Cálculos da Frente Parlamentar, considerando a alíquota padrão prevista pelo Ministério da Fazenda de 27,5%, indicam que a alíquota para operações imobiliárias passaria de 22% para 11%. Atualmente, a carga tributária varia entre 6,4% e 8%.

“Por que aplicar progressividade em um setor de um país com um déficit habitacional de 7 milhões de moradias e que precisa de mais de 11 milhões de unidades nos próximos anos? Não faz sentido”, criticou Luiz França, presidente da Abrainc. E mais: CNJ derruba o afastamento de desembargadores que atuaram na Lava-Jato. Clique AQUI para ver. (Foto: Pixa Bay; Fonte: Folha de SP)

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