A Petrobras não está mais praticando o preço de paridade de importação, e sim “o preço do mercado brasileiro”, disse nesta quinta-feira (23), o presidente da empresa, Jean Paul Prates, em evento promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Já expliquei várias vezes que vamos praticar o preço do mercado brasileiro, e sempre que a gente puder um preço mais barato para vender para o nosso cliente, para o nosso consumidor brasileiro, nós vamos fazer”, afirmou o presidente da Petrobras.
Ele ironizou ao ser perguntado pelo fim da política de paridade de importação (PPI) da Petrobras, dizendo que não existe nada escrito que obrigue a empresa a seguir essa prática.
“Quem é PPI? Onde ele é publicado? Não tem nada escrito. Eu não aceito o dogma do PPI, aceito a referência internacional e com preço de mercado de acordo com nosso cliente. Quem paga bem recebe desconto, quem está perto recebe de um jeito…é a política de empresa”, disse o executivo. “A gente tem que acabar com o dogma de ter que praticar o preço do seu concorrente”, completou, ressaltando que não precisa “andar em cima da linha do importador”, que é um concorrente da Petrobras.
Ontem (22), a Petrobras anunciou redução de R$ 0,18 centavos no preço do diesel vendido às distribuidoras. Com isso, Prates afirma que a estatal pode diminuir o preço da gasolina sem necessariamente haver inicialmente uma queda de preço no mercado internacional.
Ele reafirmou que ‘sempre que possível’ a Petrobras vai praticar o preço do mercado brasileiro (uma soma da produção interna com a importada) e voltou a criticar a política de preços anterior, de paridade com a importação, rejeitada pelo governo petista.
“Não aceito o dogma do PPI. Aceito a referência internacional. Trabalhamos com a referência internacional com o preço de mercado de acordo com o nosso cliente. [A] cliente bom você dá desconto. É a política de empresa”, explicou.
Referência internacional
Acrescentou que o melhor preço para a empresa é o preço próximo da referência internacional. “Não quer dizer que eu tenho que andar exatamente em cima da linha do preço do importador. É bem diferente. Não quer dizer que eu vá me afastar, me isolar e virar uma bolha no mundo. Temos que seguir a referência internacional. Se lá fora o preço do petróleo diminuiu e reduziu em insumos para refinarias, eu tenho que corresponder para o consumidor final. Mas eu não preciso estar necessariamente amarrado ao preço do importador, que é meu principal concorrente. Paridade de importação não é o preço que a Petrobras deve praticar”.
Durante o evento, o presidente da Petrobras ressaltou que a companhia vai investir na infraestrutura para transporte, escoamento e distribuição do gás natural, que ele apontou como entraves para o mercado do gás.