Com David Alcolumbre muito favorito à presidência do Senado, os partidos que o apoiam estão focados em negociar o controle das presidências das duas Casas.
O PL, por exemplo, decidiu posicionar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como presidente da Comissão de Segurança Pública, segundo reportagens em veículos de imprensa, visando avançar com agendas importantes para a direita e fortalecer sua base para as eleições de 2026.
O comando das comissões está sendo definido em acordo com os partidos e o próprio Alcolumbre. A comissão de segurança começa o ano com projetos prontos para votação que visam aumentar penas para diversos crimes. Atualmente, a comissão é presidida pelo senador Sérgio Petecão (PSD-AC).
Além disso, o PL também assumirá a presidência da Comissão de Infraestrutura, com o senador Marcos Rogério (PL-RO), uma posição crucial para sabatinar nomeações do governo para agências reguladoras, o que forçará o governo a negociar com a oposição.
Outro nome do partido do ex-presidente Bolsonaro praticamente certo é a manutenção do senador Romário (PL-RJ) à frente da comissão de esportes.
No contexto dessas negociações, o PT deve comandar duas comissões: Educação, com a senadora Teresa Leitão (PT-PE), e Meio Ambiente, com o senador Fabiano Contarato (PT-ES), que já foi vice-presidente da comissão no ano passado e presidente entre 2019 e 2020.
Os partidos da base garantiram o controle de duas das três comissões mais importantes. O senador Otto Alencar (PSD-BA) sucederá Alcolumbre na CCJ, e Renan Calheiros (MDB-AL) deve assumir a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), responsável por sabatinar diretores e o presidente do Banco Central e por pautar projetos econômicos.
A Comissão de Relações Exteriores (CRE), também bastante disputada, será presidida pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), considerado de direita apesar de seu partido ser liderado por Gilberto Kassab. Trad já presidiu o colegiado em 2019 e 2021, na época apoiando o governo Bolsonaro. Recentemente, elogiou Donald Trump, figura política oposta ao presidente Lula.
Pelos acordos estabelecidos por Alcolumbre, partidos maiores como PSD, MDB, PL e PT têm direito a indicar duas comissões.
A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo, que gerencia um grande volume de emendas, será presidida pela senadora Professora Dorinha (União-TO), do partido de Alcolumbre.
O PL, a segunda maior bancada, ocupará as comissões de Infraestrutura e Segurança Pública. A Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo ficará com Dorinha Seabra (União Brasil-TO), e a de Direitos Humanos com Damares Alves (Republicanos-DF).
Flávio Arns (PSB-PR) deixará a Comissão de Educação e Cultura para assumir a de Ciência e Tecnologia. O PT também comandará a Comissão de Meio Ambiente com Beto Faro (PA), em um ano em que o estado sediará a COP30. Ao Podemos, caberá a Comissão de Agricultura, sob a presidência de Zequinha Marinho (PA), ligado ao agronegócio.
Em paralelo, na Câmara, a mudança de líderes das bancadas partidárias pode ter implicações significativas para o governo. A bancada evangélica, uma das mais influentes, também está em processo de escolha de sua nova coordenação, o que impacta diretamente o Palácio do Planalto.
No PL, a maior bancada da Câmara e principal força de oposição, a troca de liderança para Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) pode representar um desafio maior para o governo devido à postura mais combativa dele em relação às pautas ideológicas. No PT, Lindbergh Farias (PT-RJ) assumirá a liderança da bancada na Câmara.
Como devem ficar o comando das comissões do Senado
Constituição e Justiça – Otto Alencar (PSD-BA)
Assuntos Econômicos – Renan Calheiros (MDB-AL)
Assuntos Sociais – Marcelo Castro (MDB-PI)
Ciência e Tecnologia – Flávio Arns (PSB-PR)
Desenvolvimento Regional e Turismo – Dorinha (União-TO)
Educação – Teresa Leitão (PT-PE)
Infraestrutura – Marcos Rogério (PL-RO)
Agricultura – Zequinha Marinho (Podemos-PA)
Relações Exteriores – Nelsinho Trad (PSD-MS)
Segurança Pública – Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Meio-Ambiente: Fabiano Contarato (PTR-ES)
Direitos Humanos – Damares Alves (Rep.-DF)
Comunicação e Direito Digital: indefinido
Defesa da Democracia: indefinido
Transparência, Governança, Fiscalização e Defesa do Consumidor: indefinido (Foto: Ag. Senado; Fonte: O Globo; G1; Poder360)
