O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), protocolou nesta sexta-feira (30) um pedido na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de investigação criminal contra o ex-presidente Bolsonaro (PL).
A iniciativa tem como base uma ligação telefônica feita por Bolsonaro ao senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), seu ex-vice, para tratar do processo em que o ex-presidente é acusado de tentar promover um golpe de Estado.
Segundo relato de Mourão ao site Metrópoles, a conversa com Bolsonaro foi de caráter genérico, mas teria incluído um pedido do ex-presidente para que o senador reforçasse ao Supremo Tribunal Federal (STF) que nunca ouviu, durante o período em que conviveram, qualquer menção a articulações golpistas. Mourão foi ouvido como testemunha de defesa de Bolsonaro no processo em curso no STF.
Na representação apresentada à PGR, Lindbergh alega que a atitude de Bolsonaro “configura, em tese, obstrução à justiça”, por interferir indevidamente na apuração de uma infração penal. O petista alega que o contato com uma testemunha compromete a independência do depoimento e fere o princípio da não interferência previsto no Código Penal.
“O telefonema insere-se na tentativa de embaraçar a investigação de infração penal”, sustenta Lindbergh no documento.
O parlamentar ainda pede que a Procuradoria adote medidas cautelares para impedir novas tentativas de interferência. Entre elas, a proibição de Bolsonaro manter qualquer tipo de contato — direto ou indireto — com testemunhas já ou ainda a serem ouvidas no processo que investiga a tentativa de golpe.
Lindbergh também solicita à PGR que sejam requisitados os registros de chamadas telefônicas, metadados e eventuais mensagens trocadas entre Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão. Por fim, o deputado pede que o senador seja novamente ouvido, desta vez para esclarecer o teor exato da conversa com o ex-presidente. E mais: Saiba o que disse Tarcísio em depoimento a Moraes sobre Bolsonaro. Clique AQUI para ver. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: O Globo)