O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) foi acionado na tarde desta segunda-feira (17/3) para apurar uma divergência nas estimativas de público do protesto realizado no domingo, na Avenida Atlântica, em Copacabana, Zona Sul do Rio.
A Polícia Militar (PM) carioca declarou que 400 mil pessoas compareceram ao evento, enquanto o Datafolha calculou 30 mil e o “Monitor do Debate Político”, da USP, apontou apenas 18,3 mil.
A denúncia, apresentada pela deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ), solicita que a promotoria investigue possível improbidade administrativa na divulgação dos números pela PM.
A controvérsia ganhou força após o jornalista Otávio Guedes revelar que o governador Cláudio Castro teria ordenado ao comandante da PM que anunciasse a cifra de 400 mil participantes, quando o número inicial estimado pela corporação era de 50 mil. Castro, que esteve presente no ato apoiando Jair Bolsonaro e discursou no palco, nega qualquer interferência.
Na representação, Renata Souza argumenta: “Observa-se que a PM do Rio de Janeiro (…) encontra-se subordinada ao governador Cláudio Castro e que não só Castro estava presente como apoiador de Bolsonaro, que convocou a manifestação, como também se utilizou do palco para discursar na ocasião. Parece óbvio que qualquer manifestação política operada pelo governador é livre e está coberta por proteção jurídica, mas a divulgação de informações falsas operada pela PMERJ, por sua vez, há que ser investigada”.
A deputada alerta ainda que, caso confirmada a falsidade, a divulgação “não educa, desinforma e prejudica gravemente a orientação social sobre o debate público”.
O protesto em Copacabana tinha como bandeira o Projeto de Lei da Anistia, que busca perdoar os acusados pelos ataques de 8 de janeiro. A representação agora está nas mãos do MP-RJ, que decidirá se abrirá inquérito para esclarecer os fatos e avaliar responsabilidades. E veja AQUI as últimas notícias de hoje. Clique AQUI e nos apoie!(Foto: reprodução vídeo; Fonte: Lauro Jardim/O Globo)