Dados apurados de janeiro de 2023 revelam que a produção industrial nacional caiu -0,3% frente a dezembro, na série com ajuste sazonal, após apontar variação nula (0,0%) em dezembro de 2022, quando interrompeu dois meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou forte expansão de 1,5%. Os cálculos são do IBGE.
Na variação negativa de 0,3% da atividade industrial na passagem de dezembro para janeiro, três das quatro grandes categorias econômicas e 11 dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção.
Entre as atividades, as influências negativas mais importantes foram: produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-13,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,0%), produtos alimentícios (-2,1%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,5%).
Outras contribuições negativas relevantes vieram de produtos químicos (-1,3%), de produtos de metal (-2,8%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,2%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-3,5%) e de celulose, papel e produtos de papel (-1,3%).
Por outro lado, entre as 14 atividades em crescimento, indústrias extrativas, ao avançar 1,8%, exerceu o principal impacto, e interrompeu dois meses consecutivos de queda, período em que acumulou redução de 7,7%. Vale destacar também os avanços registrados pelos ramos de produtos diversos (9,2%), de produtos de borracha e de material plástico (1,6%) e de produtos de minerais não metálicos (2,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de capital (-4,2%) assinalou a taxa negativa mais acentuada em janeiro de 2023, intensificando a perda de 1,6% registrada em dezembro de 2022.
Os segmentos de bens de consumo duráveis (-1,3%) e de bens intermediários (-0,8%) também apontaram redução na produção, com o primeiro eliminando parte do crescimento de 5,3% acumulado nos dois últimos meses de 2022; e o último marcando o segundo mês seguido de queda e acumulando perda de 1,5% nesse período.
Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (0,1%) apontou o único avanço em janeiro de 2023, permanecendo, assim, com o comportamento predominantemente positivo iniciado em outubro de 2022 e acumulando nesse período ganho de 2,3%.
Confiança cai também
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou 49,9 pontos em março e migrou para a zona de falta de confiança. O resultado é 0,7 ponto menor do que o registrado no mês anterior, quando o ICEI apresentou uma leve recuperação e interrompeu uma série de baixas do índice. A queda atual é explicada pela piora da avaliação das condições atuais da economia brasileira e das empresas.
A pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) varia de 0 a 100, com uma linha divisória de 50 pontos. Os valores abaixo desse corte indicam desconfiança. Foram entrevistadas 1.396 empresas, sendo 559 de pequeno porte, 510 de médio porte e 327 de grande porte entre 1º e 7 de março de 2023. Clique AQUI para ver mais.