Antônio Rueda, presidente do União Brasil — uma das principais legendas que compõem a base aliada do presidente Lula — criticou o desempenho do governo federal, afirmando que a gestão tem se isolado dentro do PT, enfrenta dificuldades para apresentar resultados concretos e “perde força a cada dia”.
Em entrevista ao jornal O Globo, Rueda também afirmou que a federação entre União Brasil e PP deverá se posicionar em favor de um candidato de centro-direita nas eleições presidenciais de 2026. Veja trechos abaixo! (Foto: reprodução site oficial; Fonte: O Globo)
União Brasil e PP anunciaram uma federação no mês passado. Há muitos nomes de oposição liderando. Isso vai dificultar a relação com o governo?
Não diria que dificulta. A federação tem por objetivo um projeto de Brasil. Não estamos aqui para fazer oposição por simples oposição. Nós temos responsabilidade, quem pagaria a conta disso seria o governo. Mas, nossa relação com essa gestão é diferente do governo Jair Bolsonaro, quando os partidos estavam na cúpula do Executivo, a exemplo do Ciro Nogueira, que era ministro da Casa Civil. Hoje o governo entrega ministérios mais periféricos.
O líder do União na Câmara, o deputado Pedro Lucas, recusou o Ministério das Comunicações, o que não é usual. O senhor vê um governo mais enfraquecido no Congresso agora do que era no início do mandato?
Sim, é fato que está enfraquecido. Logo no começo do mandato, o governo surfou politicamente na onda do 8 de Janeiro. Hoje, essa página é passado, e o governo não consegue fazer entregas. Com isso, se enfraquece dia a dia. Mas não foi isso que fez o Pedro Lucas abrir mão do ministério. Ele tinha acabado de ser eleito líder do partido e, em dois meses, se ambientou bem. Ele pensou no projeto de partido, já que conseguiu pacificar a bancada. Não quis deixar na nossa mão a eleição de um novo líder, nesse momento de pacificação.
O União tem ministérios e um pré-candidato de oposição ao governo. Qual será a posição em relação às eleições do ano que vem? Acredita em uma coligação de centro-direita?
No campo da esquerda só há um jogador, que é o Lula. Na centro-direita, tem vários. (Os governadores) Ronaldo Caiado (GO), Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Jr (PR), Romeu Zema (MG), Eduardo Leite (RS), além de Eduardo Bolsonaro (deputado federal). Me parece um campo maior. É como o Ancelotti (técnico da Seleção Brasileira) escolhendo seu time. Hoje, a minha crítica ao governo é que, por uma estratégia própria, se fechou no PT. Os ministérios mais próximos são do PT. É uma escolha do Lula, é diferente do Lula 1 e do Lula 2. A federação é um sistema vivo. A decisão da maioria vai prevalecer. Mas, hoje, a maioria pende para um projeto de centro-direita. Por outro lado, um nome importantíssimo, como o Davi (Alcolumbre), vai defender a manutenção no governo. Ainda vamos definir isso à frente. Sou contra a hipótese de liberar a bancada para apoiar quem quiser.