Presidente da Fiesp: ‘ou nos entendemos ou afundaremos todos juntos’

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A grave situação econômica do país exige um diálogo maduro e transparente entre os diferentes setores da sociedade. Essa foi a avaliação feita nesta quinta-feira (12) por Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), durante evento promovido pela entidade na capital paulista.

Segundo o industrial, o cenário atual de desequilíbrio fiscal é resultado de uma série de decisões equivocadas e da resistência generalizada a abrir mão de benefícios.

“Ninguém abre mão de nada, seja nas políticas públicas de gastos, seja nas políticas públicas de subsídios e incentivos, que são dados muitas vezes em momentos importantes, relevantes, que eram justificáveis, mas que vão sendo prorrogados indefinidamente”, declarou.

Josué disse que a crítica isolada ao poder público não resolve a crise. “É fácil a gente apontar o dedo para o Executivo ou mesmo para o Legislativo, as emendas ou para os supersalários do Judiciário, mas nós também temos que dar os nossos exemplos”, pontuou, reforçando que a responsabilidade é compartilhada entre os Três Poderes e também pelos setores produtivo e financeiro.

Ele destacou que o governo federal tem tentado manter seus gastos e programas sociais elevando a arrecadação, mas sem apresentar um planejamento estruturado. “Medidas pontuais, sem diálogo com a sociedade, e, pior, sem estruturá-las em um plano nacional”, criticou.

Ao Congresso Nacional, coube mais um apontamento direto: “critica as propostas do governo, já antecipando posições eleitorais, não oferece alternativas e finge não ser um dos grandes responsáveis pelo desequilíbrio das contas públicas”. O presidente da Fiesp ainda chamou atenção para o peso das emendas parlamentares no orçamento: “já representam 25% do orçamento discricionário e atingiram o valor exorbitante de cerca de R$ 50 bilhões”.

Josué também acusou o Judiciário de resistir a cortes: “não abre mão de suas vantagens pecuniárias que levam a remuneração acima do teto salarial constitucional”.

Do lado empresarial, ele reconheceu que segmentos da indústria dependem de incentivos mantidos indefinidamente. “Esses benefícios, que muitas vezes são dados em momentos justificáveis, acabam se perpetuando indefinidamente, o que afeta não só as contas públicas, mas também a eficiência econômica”.

O setor financeiro também foi criticado por contribuir com a instabilidade. “O setor financeiro cobra equilíbrio fiscal, mas amplifica a crise, muitas vezes se beneficiando dessa instabilidade e lucrando com a volatilidade causada pelo caos no mercado”, afirmou.

Josué finalizou sua fala com um apelo por união nacional. “Ou sentamos como adultos numa mesa – Executivo, Legislativo, Judiciário, empresários dos setores produtivo e financeiro, trabalhadores e representantes da sociedade civil –, em busca de entendimento para construção de um projeto para a nação, ou afundaremos todos juntos”. (Foto: reprodução vídeo; Fontes: CNN; Metrópoles)


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