Após ato na Paulista, presidente da Câmara dá declaração desfavorável ao ‘PL da Anistia’

direitaonline



O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta segunda-feira (8) que o debate sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro será conduzido “com a serenidade que ele merece”.

Apesar disso, destacou que o país enfrenta inúmeros desafios e que a pauta da anistia não pode se tornar o foco exclusivo do Parlamento. Ontem (6), a avenida Paulista, em São Paulo, recebe milhares de pessoas, parlamentares, governadores, religiosos e a família Bolsonaro para um mega ato pela aprovação da Anistia.



Porém, durante evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Motta afirmou que é preciso “ter sensibilidade para corrigir exageros” nos processos envolvendo os réus dos atos golpistas.

“Eu defendo dois pontos para que a gente possa tentar vencer essa agenda: o primeiro é a sensibilidade para corrigir algum exagero que vem acontecendo com relação a quem não merece receber uma punição”, declarou.
O parlamentar acrescentou que é necessário agir com responsabilidade para evitar o agravamento das tensões institucionais.



“E a responsabilidade de poder dar uma solução dentro desse problema, que é sensível, que é justo, e não aumentamos a crise institucional que nós já estamos vivendo.”

Motta também fez questão de demonstrar respeito às manifestações populares. “Fico muito feliz quando a democracia grita”, disse ele, em menção ao ato realizado no domingo (7), na Avenida Paulista, convocado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).



Durante o protesto, o pastor Silas Malafaia, um dos líderes do evento, fez duras críticas ao presidente da Câmara. “Se Hugo Motta estiver assistindo a isso aqui, espero que ele mude, porque você está envergonhando o honrado povo da Paraíba”, disparou Malafaia, em tom de cobrança, ao lado de Bolsonaro, em cima de um carro de som.

Apesar das pressões, Hugo Motta insistiu que o tema da anistia não pode monopolizar os debates no Congresso. “O Brasil é muito maior do que isso. Nós temos inúmeros desafios. Então, nós não vamos jamais ficar restritos a um só tema”, afirmou. Ele ainda defendeu que a decisão seja construída em conjunto com outros Poderes.



“Vamos levar sempre essa decisão para o colegiado. Vamos conversar com o Senado Federal, que faz parte dessa solução também, e poder conversar com o próprio Poder Judiciário, com o Poder Executivo, para que uma solução de pacificação possa ser dada.”.

Ao deixar o evento, Motta foi questionado por jornalistas sobre o tema e respondeu de forma breve: “Já tinha dito tudo que tinha para falar.”



O projeto de anistia seguirá inicialmente para análise em uma comissão especial, conforme determinação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Isso retarda o andamento da proposta, já que o colegiado precisa funcionar por, no mínimo, 40 sessões.

Para acelerar o processo, parlamentares aliados ao PL articulam um requerimento de urgência. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) afirmou já ter coletado 162 das 257 assinaturas necessárias.



Enquanto a direita vê o protesto como um impulso à tramitação da anistia, aliados do governo acreditam que o tema perdeu força. E mais: Alô, fã do Chaves: SBT faz anúncio importante para você e é para hoje (7). Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: UOL)

Gostou? Compartilhe!
Next Post

STF aprova benefício de R$ 10 mil para juízes auxiliares; Barroso nega aumento de gasto

Uma resolução assinada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luís Roberto Barroso, autoriza o pagamento de uma indenização mensal superior a R$ 10 mil para juízes auxiliares e instrutores que atuam nos gabinetes dos ministros da Corte. A medida, publicada na última quinta-feira (27), prevê o ressarcimento por […]