Presidente da CNA diz que se recusa a falar com Lula : ‘desgoverno’

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O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, criticou duramente o governo federal nesta terça-feira (11) e declarou que se recusa a dialogar com o presidente Lula (PT).

Martins participou de um almoço da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para discutir a Medida Provisória do PIS/Cofins. Durante seu discurso, ele expressou descontentamento com o Executivo e revelou que o presidente Lula havia manifestado interesse em conversar com ele, conforme informado pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan. Contudo, Martins deixou claro que não deseja se encontrar com o presidente.

“Eu não quero falar com o presidente Lula. Eu me recuso a falar com o presidente Lula, porque estamos vivendo um desgoverno. Vocês, que atuam no Congresso e fazem as coisas acontecerem, precisam tomar uma posição. Está na hora de dizer que o país precisa de um plano para se desenvolver. O país não pode depender apenas do desempenho do agronegócio para ir bem”, afirmou Martins, conclamando os parlamentares a agirem.

Decisão adequada
João Martins afirmou que a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, de devolver ao Executivo parte do texto da Medida Provisória 1.227/2024 foi a solução mais adequada.

“O consenso prevaleceu. Mostramos aos parlamentares e ao governo que essa medida provisória não poderia prosperar e que ela iria trazer sérias consequências para o setor produtivo”, afirmou Martins durante entrevista no Senado.

Momentos antes de Pacheco anunciar a devolução da MP, João Martins, o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Pedro Lupion, a senadora Teresa Cristina, representantes dos setores produtivos, deputados e senadores da FPA haviam se reunido com o presidente do Senado para alertá-lo dos riscos e os impactos negativos da matéria.

“Precisamos reconhecer a busca pelo consenso do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, que devolveu parte do texto. Foi a maneira mais adequada, o que poderia ser feito”, disse Martins.

Para o presidente da CNA, os produtores rurais e toda a cadeia produtiva estão mais aliviados com a decisão. “Esperamos que outras medidas, no futuro, sejam discutidas com o setor produtivo, que haja diálogo. Assim como os outros setores, estamos dispostos a dialogar para que determinadas medidas não impactem no bolso dos produtores e dos contribuintes”.

Para o presidente da FPA, Pedro Lupion, nada que venha sem dialogar e sem preparar o terreno prospera dentro do Congresso Nacional. “Nosso agradecimento ao presidente, às entidades e a todos os parlamentares que estiveram mobilizados neste exercício”. (assista abaixo)

Na avaliação da senadora Tereza Cristina, a agropecuária brasileira seria terrivelmente afetada por essa medida e a devolução traz um alívio e segurança para o setor. “Que possamos continuar trabalhando, gerando emprego, pagando impostos e fazendo o desenvolvimento do nosso país”.

Pela manhã, João Martins havia participado na Frente Parlamentar da Agropecuária da reunião conjunta da coalizão das frentes parlamentares produtivas contra a MP do PIS/Cofins. (Foto: divulgação CNA; Fonte: UOL; CNA)

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