O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou na última terça-feira (10) que o Brasil tem pouco espaço para elevar a carga tributária, e que, por isso, o ajuste das contas públicas deve ser feito com discussões mais amplas e estruturais.
Durante sua participação no evento Febraban Tech, em São Paulo, Noronha não comentou diretamente o pacote de medidas anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no domingo (8), mas elogiou o diálogo mantido entre a equipe econômica e o Congresso.
“É positivo ver que o Ministério da Fazenda está conversando com o Congresso sobre os incentivos fiscais e estabelecendo um limite para eles. Isso contribui para um maior equilíbrio. Aumentar impostos não é simples, porque a elasticidade é baixa”, avaliou o executivo.
Noronha também criticou a proposta anterior do governo de elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para alcançar a meta fiscal de 2024. Segundo ele, a medida acabaria penalizando o consumidor. “Quem paga o IOF é o cliente, não os bancos. Os bancos não estão aqui para atuar como entes de utilidade pública”, disse.
O presidente do Bradesco afirmou ainda que tanto o Ministério da Fazenda quanto o Congresso têm ouvido atentamente as demandas do setor bancário, e que a proposta da instituição é colaborar com alternativas para melhorar a situação fiscal do país.
“Defendemos o equilíbrio das contas públicas, mas pelo lado da despesa, e não via aumento de receita. Sempre buscamos um diálogo construtivo com o Congresso para mostrar os impactos das medidas”, ressaltou.
No mesmo evento, outros líderes do setor financeiro também se pronunciaram. O presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, defendeu o fim da polarização política e a união em torno da construção de um país mais sólido.
Já o presidente do Santander, Mario Leão, destacou a importância das discussões atuais. “Estamos em um momento de debate sobre temas estruturantes. Ninguém acorda disposto a pagar mais imposto”, declarou. (Foto: reprodução vídeo; Fonte: CNN)
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