Preparador físico da seleção feminina de basquete é demitido após postagens contra aborto

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O preparador físico Diego Falcão não faz mais parte da equipe técnica da seleção brasileira feminina de basquete. O anúncio foi feito nesse sábado (22), após uma reunião da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) na sexta-feira.

Falcão foi afastado após a repercussão negativa de suas publicações contra o aborto nas redes sociais e a pressão das jogadoras da seleção. E suas redes sociais, ele recebeu centenas de mensagens de apoio. (veja ao fim da reportagem).

Duas das principais atletas da equipe, Clarissa dos Santos e Damiris Dantas, manifestaram-se contra a continuidade de Falcão no cargo. Outras jogadoras também expressaram sua insatisfação. A decisão da CBB foi tomada após ouvir as opiniões das jogadoras.

Diego Falcão integrava a comissão técnica da seleção feminina desde 2019, tendo chegado junto com o técnico José Neto, com quem já havia trabalhado na seleção masculina de basquete, no Flamengo, no Japão e em Angola. José Neto não comentou o ocorrido e permanece no comando da seleção feminina.

A CBB não detalhou os motivos para o desligamento de Falcão. De acordo com apuração do portal Globo Esporte, a mera expressão de opinião por parte de Falcão não seria motivo suficiente para seu afastamento dos projetos da entidade.

A justificativa da CBB foi a “quebra de confiança” entre as jogadoras e o preparador físico. Falcão não tinha um contrato vigente com a CBB, atuando como prestador de serviços pago pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) durante campanhas específicas, como a tentativa de classificação olímpica. Ele foi informado que não continuará nos projetos da seleção, deixando de ser um colaborador fixo da CBB.

Nas redes sociais, as jogadoras se manifestaram antes do afastamento de Diego Falcão. Clarissa dos Santos, em um vídeo de quase 5 minutos, disse: “Hoje eu ouvi comentários e depois vi as mensagens de um funcionário que trabalha com basquete feminino que repostou um post sobre a ‘PL do Estupro’ e expressando a opinião dele sobre a vida. Mas uma coisa que fica muito difícil de engolir é que o post não estava falando sobre vida, mas sobre morte psicológica, que é o estupro. Morte psicológica pensando nas que sobrevivem, né? Porque muitas morrem. (…) É triste porque é difícil entender que tem pessoas desse tipo trabalhando com o feminino (…) Estamos aqui falando sobre o mínimo, que é respeitar o outro. Sendo que quando passa pela vida das mulheres acaba a gente tendo mais dificuldade. A gente vive isso desde mil novecentos e bolinha”. Clique AQUI para ver.

Damiris Dantas também se manifestou em uma sequência de publicações: “Inacreditável que um profissional, que trabalha com o feminino, demonstre esse tipo de posicionamento nas redes sociais. O estupro é um crime grave. Que as mulheres tenham o direito de decidir e expressar sua opinião sobre isso. É essencial que nossa confederação se posicione de forma clara e adequada a esse assunto tão sério”.

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