O Partido Liberal (PL) ameaça obstruir as votações na Câmara dos Deputados caso o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não encaminhe nas próximas semanas o projeto que prevê anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, entre outras situações.
O líder da bancada do PL, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pretende se reunir com Motta e líderes de siglas que apoiam a proposta na próxima terça-feira (1º de abril). A expectativa do parlamentar é que o pedido de urgência e o mérito da matéria sejam analisados a partir do dia 8 de abril.
Sóstenes afirma que o PL já conta com o apoio do Republicanos, PP, União Brasil, PSD, Podemos, Novo e PSDB, além de negociações em andamento com o Solidariedade e possíveis adesões no MDB. Segundo seus cálculos, mais de 300 deputados podem votar a favor do projeto.
Enquanto isso, a oposição segue bloqueando os trabalhos das comissões da Câmara em protesto contra o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado em 2022.
O líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS), afirmou que a estratégia de obstrução parcial adotada a partir desta terça-feira (25) visa dificultar as atividades das comissões, mas sem comprometer projetos da bancada feminina da oposição. A Comissão de Segurança Pública, presidida pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), também foi poupada da iniciativa.
Durante uma reunião da bancada do PL, Sóstenes Cavalcante lembrou que, nesta semana, o comando da Câmara está nas mãos de Altineu Côrtes (PL-RJ), primeiro vice-presidente da Casa, que substitui Hugo Motta durante sua viagem ao Japão.
“Hoje (terça-feira) é o 1º dia que a Casa é presidida pelo 1º vice-presidente, Altineu. Como é que a gente vai fazer obstrução ao presidente do nosso partido?”, questionou, deixando a decisão nas mãos dos parlamentares.
Nas comissões, deputados oposicionistas têm utilizado seus tempos de fala para se manifestar contra o julgamento de Bolsonaro, reforçando a estratégia política do grupo. (Foto: Ag. Câmara; Fonte: CNN; Poder360)