O Partido Liberal (PL), liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, optou por não disputar a relatoria da CPI do INSS. A decisão foi confirmada pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da legenda na Câmara dos Deputados, conforme reportagem do jornal O Globo.
Embora o partido tenha tentado ocupar o posto, a sinalização do presidente da comissão mista, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), foi de que a função será atribuída a um parlamentar de centro.
Com a presidência da CPI nas mãos do Senado, a expectativa é que o senador Omar Aziz (PSD-AM) seja escolhido para comandar os trabalhos, conforme articulação conduzida por Davi Alcolumbre (União-AP). A indicação atende aos interesses do Palácio do Planalto, que busca em Aziz um perfil “moderado” e com histórico de colaboração com o governo.
Enquanto isso, dentro do próprio PL, a disputa por assentos no colegiado está intensa. A legenda terá direito a três vagas titulares e três suplentes, sendo que uma dessas suplências será cedida ao Partido Novo, por acordo interno. No entanto, nove parlamentares já manifestaram formalmente o desejo de integrar a CPI.
Nomes como as deputadas Bia Kicis (DF), Coronel Fernanda (MT), Daniela Reinehr (SC), e os deputados Zé Trovão (SP), Coronel Chrisóstomo (AM) e André Fernandes (CE) são mencionados com frequência.
O deputado Nikolas Ferreira (MG) também declarou interesse: “É claro que vou querer ser titular da CPI do INSS, essas irregularidades têm que ser apuradas e combatidas”, afirmou ao O Globo.
Segundo Sóstenes, a definição dos nomes será feita na próxima semana. “Tenho nove parlamentares pedindo por cinco vagas e é natural que outros nomes surjam nessa disputa. Todo mundo quer participar. O Hugo [Motta] já nos informou que não conseguiremos a relatoria da CPI, ainda está definindo quem será o relator. Na semana que vem, vamos definir quem serão os indicados pelo PL”, declarou o líder da bancada.
O governo conseguiu adiar o início da CPI para o segundo semestre, numa estratégia semelhante à adotada em 2023, quando tentou conter o desgaste político provocado pela CPI dos atos de 8 de janeiro. O objetivo agora é ganhar tempo para reorganizar a base aliada no Congresso.
A origem da CPI se deu a partir da mobilização da deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que coletaram assinaturas para requerer a investigação. Inicialmente, o Planalto era contrário à criação da comissão, mas com o avanço das articulações – inclusive com apoio de parlamentares governistas – mudou de postura.
A investigação foi impulsionada pela Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que revelou que mais de 4,2 milhões de beneficiários do INSS sofreram cobranças indevidas de entidades conveniadas. O rombo pode ultrapassar R$ 6 bilhões, com contratos assinados sem a autorização dos aposentados.
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