Nesta quarta-feira (30), o líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), anunciou que a bancada do Partido Liberal (PL) no Senado, com 14 senadores, vai apoiar a candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à Presidência do Senado. A eleição para o comando da Casa está marcada para fevereiro do próximo ano. Alcolumbre já presidiu o Senado entre 2019 e 2021.
Marinho destacou a importância estratégica dessa decisão para garantir o respeito à proporcionalidade e à ocupação das comissões permanentes.
“Entendemos que, nesse momento, é estrategicamente importante esse posicionamento para que haja um respeito à proporcionalidade, à ocupação das comissões permanentes, que vai nos permitir trabalhar pautas importantes”, afirmou Marinho. Segundo ele, a escolha de Alcolumbre reflete o compromisso do PL em apoiar uma liderança que fortaleça a atuação do partido no Senado.
Com a confirmação do apoio do PL, Alcolumbre consolida seu favoritismo, já contando com o suporte de cinco bancadas: PL (14), União Brasil (7), Progressistas (7), PSB (4) e PDT (3), somando um total de 35 senadores. São necessários 41 votos para vencer a disputa, o que torna Alcolumbre um candidato com boa vantagem inicial.
As negociações para aumentar essa base de apoio avançam. Fontes no PSD, partido que conta com 15 senadores, afirmaram nesta terça-feira (29) que o diálogo está “adiantado” para formalizar o apoio a Alcolumbre, conforme reportagem do Jornal O Globo.
O atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem mantido uma parceria próxima com Alcolumbre, o que sugere uma possível aliança entre os partidos.
Caso o PSD se una aos partidos já comprometidos — PL, União Brasil, Progressistas, PSB e PDT —, Alcolumbre poderá somar até 50 votos, superando com folga o mínimo necessário. Se conseguir também o apoio do MDB, com 10 senadores, e do PT, com 9, essa composição chegaria a 69 senadores, de um total de 81.
Para consolidar o apoio, o senador participou de um jantar com Bolsonaro, o líder do PL, Carlos Portinho (RJ), e outros senadores do partido na casa de Marinho. No encontro, discutiram estratégias para assegurar sua eleição.
Como parte de sua trajetória para manter influência, Alcolumbre assumiu a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante do Senado, após a impossibilidade de reeleição direta à presidência do Senado, devido a restrições constitucionais.
Entre os poderes que Alcolumbre acumulou, está a gestão de emendas parlamentares de comissões, que possibilita a distribuição de recursos a estados para obras e projetos específicos. Contudo, essa prática tem sido objeto de questionamento e está temporariamente suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF) devido à falta de transparência, uma vez que os responsáveis pelas emendas não são identificados.
Lideranças de outros partidos também observam a movimentação. Eduardo Braga (MDB-AM), líder do MDB, afirmou que o apoio de sua bancada ainda será definido, mas considerou Alcolumbre um candidato “fortíssimo”. Já o PT, embora ainda não tenha anunciado uma decisão formal, recebeu indicações de Lula de que o partido deve apoiar Alcolumbre, fortalecendo ainda mais sua posição.
No entanto, há possíveis desafios. Seis senadores do Podemos estão discutindo internamente suas preferências, e a bancada feminina, representada por Soraya Thronicke (Podemos-MS) e Eliziane Gama (PSD-MA), considera lançar uma candidatura alternativa.
O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) também sinalizou sua intenção de concorrer, buscando apoio dentro da Casa. Apesar disso, Rogério Marinho já indicou que pretende dialogar com Pontes para convencer o colega a apoiar Alcolumbre.
Os demais partidos, como Republicanos (4 senadores), Novo (1) e PSDB (1), ainda não definiram suas posições, aguardando as próximas semanas para formalizar suas decisões. E mais: Maduro convoca embaixador venezuelano em Brasília. Clique AQUI para ver. (Foto: Ag. Senado; Fonte: O Globo)