O Banco Mundial estima que a economia da América Latina e Caribe crescerá 1,4% este ano, a “uma taxa abaixo do esperado e a mais baixa globalmente”. As razões para a piora nas perspectivas da região são o preço mais baixo das commodities (bens primários com cotação internacional), as taxas de juros mais altas nos países desenvolvidos e a recuperação instável da China.
Mas apesar do mau resultado para região, o número ainda é superior ao PIB estimado pela própria instituição para o Brasil neste ano. Segundo o órgão, o Brasil deverá crescer apenas 0,8% em 2023, o que converge com o que é estimado pelo mercado por meio do boletim Focus. Para o ano que vem, a expectativa é de crescimento de 1,4%.
O PIB do Brasil este ano, segundo o Banco Mundial, deve ficar abaixo de Bahamas (4,3%), Barbados (4,9%), Belize (3%), Bolívia (2,7%), Colômbia (1,1%), Costa Rica (2,7%), Dominica (5%), El Salvador (2,3%), Equador (3%), Granada (3,5%), Guatemala (3,2%), Guiana (25,2%), Honduras (3,5%), Jamaica (2%), México (1,5%), Nicarágua (3%), Panamá (5,7%), Paraguai (4,8%), Peru (2,4%), República Dominicana (4,4%), Santa Lúcia (3,6%), São Vicente e Granadinas (6%), Suriname (2,4%) e Uruguai (1,8%).
Chama a atenção também, no relatório, os maus resultados de países controlados por presidentes socialistas: a Argentina não terá crescimento este ano (0,0), enquanto o Chile terá retração de 0,7%.
Sobre o continente, a instituição indica que para 2024 e 2025 são esperadas taxas de 2,4%, ainda consideradas muito baixas para “progressos significativos na redução da pobreza.
As avaliações e a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma dos bens e serviços produzidos) da América Latina e Caribe está no relatório ‘O Potencial da Integração, Oportunidades Numa Economia Global em Transformação’, divulgado nesta terça-feira (4) pela instituição financeira internacional. Clique AQUI para ver na íntegra.
Em comunicado, o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Carlos Felipe Jaramillo, disse que a região se recuperou em grande parte da crise da pandemia, mas infelizmente voltou aos baixos níveis de crescimento da década anterior. “Os países precisam urgentemente acelerar o crescimento inclusivo para que todos se beneficiem do desenvolvimento, e isso exigirá manter a estabilidade macroeconômica e aproveitar as oportunidades que a integração comercial oferece hoje”, destacou.
Segundo o economista-chefe para a América Latina e o Caribe do Banco Mundial, William Maloney, a região da América Latina continua sendo uma das menos integradas, enquanto a abertura comercial e os fluxos de investimento estrangeiro direto foram estagnados ou reduzidos nos últimos 20 anos. “Alavancar a extraordinária vantagem comparativa da região na produção de energia sustentável, commodities necessárias para indústrias verdes emergentes, e o capital natural único da região, oferece uma nova fonte potencial de crescimento, mas exigirá políticas para facilitar o acesso a mercados, capital e tecnologia globais”, avaliou.
O relatório sugere uma série de políticas públicas para o avanço da integração regional. No longo prazo, essas políticas devem envolver redução de riscos sistêmicos, aumento de investimentos em infraestrutura tradicional e digital e melhoria do capital humano. Já no curto prazo, as sugestões são preservar a estabilidade geral, ao promover avanços regulatórios alfandegários e de transporte, e modernizar as agências de exportação e promoção de investimentos.
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