PIB cresce 2,9% em 2022 e fecha o ano em R$ 9,9 trilhões

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No início de 2022, o ex-ministro Paulo Guedes afirmou que os ‘especialistas’ e o ‘mercado financeiro’ passariam o ano revisando para cima a expectativa de crescimento do PIB do Brasil. Naquele momento, as notícias eram de ‘pibinho’ ou até mesmo em crescimento zero. Hoje, 2 de março de 2023, é possível afirmar: Paulo Guedes estava certo.

Isso porque o PIB totalizou R$ 9,9 trilhões em 2022, enquanto o PIB per capita alcançou R$ 46.154,6 em 2022, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior. O resultado teria sido ainda melhor se não fosse a queda de 0,2% no quarto trimestre de 2022 (período eleitoral) e o conflito no leste europeu não tivesse acontecido.

Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgados hoje (2), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB é medido pela soma de bens e serviços produzidos no país.

 

 

Quando comparado a 2021, houve ‘desaceleração’ pois o país, naquele ano, avançou 5%, confirmando outra previsão do ex-ministro, a de que a economia brasileira cresceria em ‘V’ após a queda em 2020 por conta da pandemia. De toda forma, um crescimento de 2,9% (2022) após um crescimento de 5% (2021) é um excelente resultado.

Segundo o IBGE, o crescimento do PIB em 2022 foi puxado pelas altas nos serviços (4,2%) e na indústria (1,6%), que juntos representam cerca de 90% do indicador. Por outro lado, a agropecuária recuou 1,7% em 2022.

“Desses 2,9% de crescimento em 2022, os serviços foram responsáveis por 2,4 pontos percentuais. Além de ser o setor de maior peso, foi o que mais cresceu, o que demonstra como foi alta a sua contribuição na economia no ano”, disse, em nota, a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

“As duas atividades que mais chamam atenção estão entre as que mais cresceram em 2021, após as quedas de 2020: transportes e outros serviços, que inclui categorias de serviços pessoais e serviços profissionais. Foi uma continuação da retomada da demanda pelos serviços após a pandemia de covid-19. Em outros serviços, podemos destacar setores ligados ao turismo, como serviços de alimentação, serviços de alojamento e aluguel de carros”, acrescentou Rebeca.

Segundo o IBGE, na indústria, o maior destaque foi a atividade eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (10,1%), que teve bandeiras tarifárias mais favoráveis em 2022 após a Lei do governo Bolsonaro que limitou a cobrança de impostos dos governos estaduais.

“O crescimento dessa atividade está muito relacionado à recuperação em relação à crise hídrica de 2021. Além do crescimento da economia, houve o desligamento das térmicas, diminuindo os custos de produção, o que contribui para o aumento do valor adicionado da atividade. Ademais, a atividade de construção, com alta de 6,9%, corroborada pelo aumento na sua ocupação, foi influenciada pelo ano eleitoral, que sempre apresenta uma maior quantidade de obras públicas”, analisou a coordenadora.

Já as indústrias de transformação tiveram variação negativa de 0,3%, principalmente pela queda na fabricação de produtos de metal; móveis; produtos de madeira e de borracha e plástico, enquanto as indústrias extrativas caíram 1,7%.

“O resultado das indústrias extrativas no ano foi puxado pela queda na extração de minério de ferro, relacionada ao lockdown ocorrido na China, nosso maior comprador, enquanto as indústrias de transformação foram impactadas negativamente devido a fatores como juros altos e custos de matéria-prima elevados”, avaliou Rebeca.

Produção de soja
O setor de agropecuária teve queda de 1,7% no ano, decorrente do decréscimo de produção e perda de produtividade da atividade agricultura, que suplantou a contribuição positiva das atividades de pecuária e pesca.

“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais puxou o resultado da agropecuária para baixo no ano, sendo impactada por efeitos climáticos adversos”, explicou a pesquisadora.

Na análise da despesa, houve alta de 0,9% da Formação Bruta de Capital Fixo, que são os investimentos, segundo ano consecutivo de crescimento. A despesa de consumo das famílias avançou 4,3% em relação ao ano anterior e a despesa do consumo do governo, por sua vez, cresceu 1,5%.

No setor externo, as exportações de bens e serviços cresceram 5,5%, enquanto as importações de bens e serviços subiram 0,8%.


Fontes: IBGE; Agência Brasil; Poder360
Foto:Agência Brasil

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