Petrobras pode reduzir dividendos se preço do petróleo seguir em queda

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De acordo com o InfoMoney, a Petrobras (PETR4) se viu no meio de um cenário inesperado em 2025. Embora as perspectivas para a empresa fossem positivas, com ações subindo e expectativas altas sobre seus dividendos, o mercado foi surpreendido por uma queda significativa no preço do petróleo, que atingiu US$ 60, o menor valor desde 2021.

A situação foi causada por uma combinação de fatores, incluindo a política tarifária de Donald Trump e a decisão da Opep de aumentar a produção de petróleo, o que gerou um impacto direto na commodity.

A queda de 12% no preço do petróleo resultou em um desabamento de 17% nas ações da Petrobras, que chegaram a R$ 30, o menor valor em dois anos. Como consequência, a empresa terá lucros menores, o que pode afetar sua capacidade de distribuir dividendos elevados, conforme analistas ouvidos pelo InfoMoney.

Na reportagem da InfoMoney, Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, destaca que, apesar dos desafios, a Petrobras está bem posicionada devido aos seus custos de produção baixos, o que a torna mais resistente a oscilações do mercado. Contudo, ele alerta que, se o preço do petróleo cair ainda mais, a empresa pode ter que revisar sua estrutura produtiva, fechando campos de produção mais caros, como os de águas rasas.

Em relação aos dividendos, a expectativa é que a Petrobras seja forçada a reduzir seus pagamentos regulares, uma vez que a geração de caixa da companhia diminui.

Isso ocorre especialmente se o preço do petróleo continuar abaixo de US$ 60, o que pode limitar a capacidade da empresa de pagar proventos extraordinários, conforme Arbetman. Apesar disso, ele ainda acredita que a Petrobras entregará dividendos decentes para este ano, embora a situação se torne mais desafiadora com uma queda ainda maior nos preços.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, também observa que a Petrobras tem sido atraente para os investidores devido aos seus altos dividendos, mas que, com a queda dos preços do petróleo, os dividendos podem ser ajustados para um patamar mais “normalizado”. Ele estima que, com o preço do barril entre US$ 65 e US$ 75, os dividendos podem ficar entre R$ 4,5 e R$ 5,5 por ação, ainda assim um valor atrativo, mas bem abaixo dos níveis recordes vistos anteriormente.

Em um relatório recente, o UBS BB mencionou que, embora o cenário atual traga incertezas, os rendimentos elevados da Petrobras continuam a sustentar a recomendação de compra das ações da empresa, embora com um corte no preço-alvo, de R$ 49 para R$ 46. O banco também ajustou suas expectativas para o capex da Petrobras, projetando investimentos em US$ 14,8 bilhões para 2025.

Conforme o InfoMoney, o cenário futuro da Petrobras dependerá da evolução dos preços do petróleo e de como a empresa ajustará sua estratégia de investimentos e distribuição de dividendos, a fim de manter sua solidez financeira e continuar atraente para os investidores, mesmo diante de desafios econômicos.

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