A Comissão de Esporte (CEsp) aprovou nessa quarta-feira (8) o projeto de lei (PL) 75/2023, que inscreve o nome do jogador Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O texto, do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), segue para a Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação em Plenário.
O relator da matéria foi o presidente do colegiado, senador Romário (PL-RJ), que, curiosamente, já teve desentendimentos públicos com o Rei do Futebol. Em 2005, Pelé deu uma entrevista à Revista Placar na qual disse que o ‘Baixinho’, à época com seus 40 anos, deveria se apontar.
Em uma outra entrevista, Romário rebateu. A entrevista marcou a frase “Pelé calado é um poeta”. Romário completou dizendo que Pelé deveria “colocar um sapato na boca”.
Como são coisas do passado, agora Romário alterou o ‘PL 78/2023’, do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), que trata do mesmo tema.
Por isso, Romário incluiu uma emenda para que a inscrição do nome de Pelé no livro seja concretizada a partir de 2032. A medida atende a uma determinação da Lei 11.597, de 2007. Segundo a norma, a inscrição no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria deve aguardar pelo menos dez anos desde a morte do homenageado.
Edson Arantes do Nascimento nasceu em 1940 na cidade de Três Corações (MG) e logo se destacou como jogador de futebol, iniciando sua carreira no Santos Futebol Clube aos 15 anos e, na Seleção Brasileira, aos 16 anos. Pelé foi o único jogador até hoje a ganhar três copas do mundo da Fifa: em 1958, 1962 e 1970.
Em 2000, foi eleito Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) e foi um dos dois vencedores conjuntos do prêmio Melhor Jogador do Século da Fifa. O título de Atleta do Século foi oficializado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 1999.
O atleta morreu em São Paulo (SP) em 2022, aos 82 anos, e está sepultado em Santos, onde se destacou como profissional. Para Veneziano, Pelé merece figurar no Livro dos Heróis da Pátria “sobretudo pela altura alcançada por sua arte de jogar futebol, que transcendeu o esporte mais popular no Brasil, levando o nome do nosso país e do nosso futebol para o mundo inteiro”.
O senador Romário, ex-atleta e campeão pela Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1994, também destaca o papel de Pelé na divulgação do país mundo afora. “Sem uma intenção formal, Edson Arantes do Nascimento transformou-se em um extraordinário embaixador do Brasil, em cada nação por onde andou. Nesses lugares, foi recebido por reis, rainhas, presidentes, líderes políticos e empresariais e grandes artistas de fama internacional”, lembra o senador no relatório.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria registra, em páginas de aço, o nome e homenageia os brasileiros ou grupos de brasileiros que tenham oferecido a vida em defesa e construção do país com dedicação e heroísmo excepcionais. Ele está guardado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
Apesar de extensa, a obra ainda pode receber diversos nomes, uma vez que o processo de aprovação é demorado e muitos aguardam na fila. O piloto Ayrton Senna, morto em 1994, por exemplo, ainda não consta no livro. Seu nome foi sugerido em 2019 pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e tem tudo para ser aprovado, mas até hoje não foi concluído.
O filósofo Olavo de Carvalho (1944-2022) também concorre à homenagem. O projeto é de autoria de nove parlamentares. Entre eles, estão Carla Zambelli, Major Fabiana, Carlos Jordy, Luiz Philippe de Orleans e Bragança e Daniel Silveira, Coronel Tadeu, Cabo Junnio Amaral, Filipe Barros e Sanderson.
No caso de Olavo, porém, além da demora, é pouco provável que seu nome seja aprovado, uma vez que isso depende de ratificação de dezenas de parlamentares, e a bancada esquerdista deve impedir a justa consagração. Clique AQUI para ver todos os nomes que já constam como ‘Heróis da Pátria’.
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