Robert Francis Prevost, agora conhecido como Papa Leão XIV, nasceu em 14 de setembro de 1955 na cidade de Chicago, no estado de Illinois, nos Estados Unidos.
Filho de Louis Marius Prevost, de ascendência franco-italiana, e Mildred Martínez, de origem espanhola, ele tem dois irmãos: Louis Martín e John Joseph.
Antes de ingressar na vida religiosa, Prevost concluiu a graduação em Matemática pela Universidade Villanova, na Pensilvânia, um caminho acadêmico que evidencia sua aptidão analítica e disciplina. No entanto, aos 22 anos, ele decidiu seguir a vocação sacerdotal e ingressou na ordem dos Agostinianos, emitindo os votos solenes em 29 de agosto de 1981. Foi ordenado padre em Roma, no Colégio Agostiniano de Santa Mônica, em 19 de junho de 1982, por Dom Jean Jadot.
Sua formação teológica foi concluída na Catholic Theological Union, em Chicago. Mais tarde, já em Roma, aprofundou-se em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino, e viria a lecionar essa disciplina em seminários no Peru — país com o qual estabeleceria laços tão fortes a ponto de adquirir a cidadania peruana em 2015.
O vínculo com a América Latina começou cedo. Em 1985, foi enviado como missionário para o Peru. Trabalhou inicialmente em Trujillo, onde teve contato direto com comunidades empobrecidas e marginalizadas, o que moldou seu perfil pastoral e humanitário. Mais tarde, foi nomeado bispo de Chiclayo, uma cidade a cerca de 750 km ao norte de Lima. Sua presença constante e seu estilo acessível fizeram com que conquistasse a confiança da população local, a quem definiu como “um povo fiel”.
Apesar de sua origem nos Estados Unidos, Prevost passou mais da metade de sua carreira eclesiástica no exterior, dividindo seu tempo entre América Latina e Europa. Isso foi fundamental para minimizar resistências dentro do Colégio Cardinalício, já que tradicionalmente evita-se a escolha de um papa norte-americano, temendo que a liderança espiritual se confunda com o poder geopolítico dos EUA, segundo reportagem da CNN dos EUA.
“Ele é alguém que, mesmo sendo ocidental, estaria muito atento às necessidades de uma igreja global”, afirmou Elise Allen, analista do Vaticano da CNN. Ainda segundo ela, Prevost “é visto como alguém calmo e equilibrado, imparcial e muito claro sobre o que acha que precisa ser feito… mas não é excessivamente incisivo em tentar fazer isso acontecer.”
Sua ascensão na Cúria Romana foi consistente. Em janeiro de 2023, o então papa Francisco o nomeou prefeito do Dicastério para os Bispos — um dos postos mais estratégicos da Santa Sé, responsável por aconselhar o pontífice sobre a nomeação de novos bispos em todo o mundo.
No mesmo ano, ele foi promovido a arcebispo e, no consistório de 30 de setembro, foi elevado a cardeal. Sua ligação com Santa Mônica, padroeira dos agostinianos, permaneceu, tendo recebido o título cardinalício ligado à igreja romana dedicada à santa.
Após o falecimento do papa Francisco, Prevost despontou como um dos favoritos para sucedê-lo, graças à sua postura pastoral, à experiência internacional e à habilidade de diálogo dentro da Igreja. Durante o conclave, obteve mais de dois terços dos votos dos 133 cardeais eleitores, embora o número exato de votos não tenha sido revelado.
A eleição foi anunciada ao mundo na tradicional sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, pelo cardeal protodiácono Dominique Mamberti. Em latim, proclamou:
– “Annuntio vobis gaudium magnum: Habemus Papam.”
E continuou:
– “Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum, Dominum Robertum Franciscum, Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinali Prevost, qui sibi nomen imposuit Leo XIII.”
A escolha do nome Leão XIV marca uma conexão simbólica com Leão XIII, pontífice que liderou a Igreja entre 1878 e 1903 e é lembrado por sua ênfase em questões sociais e modernização doutrinária. Ao surgir na sacada, o novo papa concedeu a bênção “urbi et orbi”, saudando os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro. Ele também prestou homenagem ao seu antecessor e declarou: “Saúdo todos que precisam da nossa caridade, presença, diálogo e amor.”
Em entrevista concedida ao Vatican News pouco antes do conclave, Prevost destacou a importância de continuar o processo de renovação da Igreja iniciado por Francisco:
“Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, em que a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás.”
A eleição de Papa Leão XIV simboliza um novo ciclo para a Igreja Católica. Primeiro papa agostiniano da história, ele representa não apenas a união entre continentes, mas também entre tradição e renovação.
Com uma visão global, experiência em regiões periféricas e capacidade de liderança reconhecida, o novo pontífice assume o desafio de guiar mais de 1,3 bilhão de católicos pelo mundo, em tempos de grandes mudanças sociais, culturais e espirituais.
Seus gestos iniciais indicam um compromisso com o diálogo, a escuta e a continuidade de uma Igreja aberta às transformações do mundo moderno — uma Igreja que, segundo ele próprio, “deve sempre se perguntar para onde o Espírito Santo quer nos conduzir.”. E mais: Habemus Papam: Leão 14. Clique AQUI para ver. (Foto: Vatican News; Fontes: CN EUA; UOL)