Em uma raríssima crítica ao regime de Nicolas Maduro, o governo Lula se disse ‘preocupado’ com as violações de direitos humanos na Venezuela.
A declaração foi dada nessa terça-feira (21) pelo ministro André Simas, diplomata que cuida da área, durante sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. Ele comentava relatório feito sobre o país pelo Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, o austríaco Volker Turk.
“O Brasil agradece ao Alto Comissário pelo informe e compartilha de sua preocupação pela situação dos direitos humanos na Venezuela”, afirmou Simas. O diplomata acrescentou que o país segue “de perto” a questão dos direitos humanos e “reitera a disposição em cooperar para desenvolver iniciativas conjuntas no país”.
Por outro lado…
Enquanto se diz ‘preocupado’ na ONU com a situação venezuelana, na prática o governo Lula segue retomando relações com o país de Nicolas Maduro. Tanto é que o Brasil voltou a ter uma representação diplomática naquele país.
A informação foi confirmada pelo embaixador Flávio Macieira, responsável pela missão de reabertura da embaixada do Brasil em Caracas, capital da Venezuela, iniciada no dia 18 de janeiro.
Segundo o Itamaraty, o envio da missão diplomática se deu pela decisão do governo brasileiro de normalizar as relações bilaterais com o país vizinho, com o qual o Brasil tem laços históricos de cooperação, além de extensa área de fronteira, de mais de 2 mil quilômetros.
No começo deste mês, o chefe da Assessoria Especial da Presidência da República, Celso Amorim, liderou uma delegação brasileira em viagem à Venezuela. A agenda do diplomata já contou com um encontro com Nicolás Maduro, que rendeu até postagem com foto do encontro nas redes sociais do presidente venezuelano.
Fontes do Itamaraty disseram que o encontro do ex-chanceler com o presidente venezuelano é um “passo natural” do processo de reabertura da Embaixada do Brasil em Caracas.